Em fevereiro, mês que marca a volta do aiatolá Ruhollah Khomeini de seu exílio de 15 anos em 1979, comemora-se, também, os 30 anos da Revolução no Irã.
A revolução causou mudanças no país, começando com a quebra da ditadura do Xá Mohammad Reza Pahlavi. O Irã ficou mais isolado dos outros países, o que causou uma “inimizade” com os Estados Unidos. A ditadura alimentou pequenas manifestações até gerar a grande revolução, culminando em conflitos entre a polícia ditatorial e a oposição.
Os efeitos são sentidos até os dias de hoje e gera constante tensão política e social. Os jovens iranianos afirmam que a Revolução foi uma história distante, e que o país tem muitos outros problemas que devem atrair a atenção do povo.
Esse momento não é apenas para comemoração de alguns e protestos de outros. É um momento para uma reflexão sobre passado e futuro, e qual rumo dar à nação. Questiona-se ser esse o momento certo para uma mudança na política, uma modernização, uma nova relação com o ocidente. Questiona-se o continuar com as mesmas diretrizes seguidas até agora, um governo mais duro e contínuo.
Propondo uma possível “reaproximação” dos países, Obama afirmou ter a mão estendida para o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Para os cristãos, a situação após a Revolução piorou muito. A pressão e perseguição aumentaram, e muitos foram forçados a deixar o país. Apesar de as famílias cristãs iranianas terem direitos assegurados pelo governo, existem registros de perseguição, expatriação, assassinatos e prisões. Depois da morte de Haik Hovsepian Mehr, bispo da igreja Jammiat-e-Rabboni, uma das principais do país, os cristãos iranianos têm recebido atenção internacional.
Embora os iranianos afirmem que a cultura está mais “relaxada” nesses 30 últimos anos, ao observarmos a nova Classificação de países por perseguição vemos que o país prossegue ocupando o terceiro lugar da lista, o que demonstra a grande perseguição que nossos irmãos enfrentam.
Como as leis do país estão baseadas na sharia (lei islâmica), há muitas restrições quanto à liberdade religiosa. Um novo código penal foi aprovado em setembro de 2008, estabelecendo uma nova pena para os chamados “apóstatas” (aqueles que deixam o Islamismo por outra religião). A partir da data de aprovação, quem abandonar o islã será executado ou receberá pena de prisão perpétua.
Ore para que não somente nesse mês, mas em todo o ano de 2009, a lembrança constante dos 30 anos de Revolução seja uma inspiração para a reflexão e abra espaço para uma mudança no que se refere à liberdade religiosa no país.
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