"Quando a luta começou, já não poderíamos fugir para outro lugar. Nós só fechamos nossas casas e esperamos. Meu lar era como uma igreja; tivemos de esconder pessoas de outras tribos." Rose Mungai foi uma das centenas de milhares de pessoas apanhadas no sangrento e violento período pós-eleições de 2007, no Quênia. Hoje, 4 de março de 2013, os quenianos voltam às urnas pela primeira vez, desde o conflito que devastou o país.
Eleições 2007
As eleições presidenciais de 2007 foram bastante disputadas. Quando o presidente Mwai Kabaki declarou vitória, em 30 de dezembro, a oposição estava relutante em aceitar os resultados de um processo que acreditava ser falho.
O conflito que se seguiu abalou o Quênia e chocou o mundo. Assentamentos informais e favelas em Nairóbi foram gravemente afetados, juntamente a outras áreas incertas do país, incluindo a cidade de Rose de Naivasha, onde a população foi surpreendida por ataques de represália.
Mais de mil pessoas morreram como resultado da escalada de violência que tomou conta do país. Além disso, cerca de 300 mil pessoas foram deslocadas semanas antes de um acordo de paz ter sido assinado.
Em processo de paz
Na corrida para a eleição de 2013, líderes religiosos, organizações locais e até mesmo celebridades têm trabalhado pela promoção da paz.
Karimi Kinoti, da organização Christian Aid para a África, disse: "Houve muitos pedidos por eleições pacíficas; meu sentimento, ao falar com as pessoas, é que a mensagem está sendo divulgada."
Sam Ochieng, da mesma instituição, acredita que lições foram aprendidas a partir de 2007: "A população aprendeu muito com as últimas eleições. Eu acho que vai ser diferente dessa vez. Através de alguns programas, pessoas de diferentes origens étnicas se reuniram para discutir questões polêmicas e as coisas se acalmaram um pouco", afirmou.
Bem preparados
Apesar dos esforços que têm sido feitos para garantir que as eleições 2013 no Quênia permaneçam em paz, não há garantia de que o conflito não vá reacender.
Organizações locais estão trabalhando com comunidades e empresas para monitorar incidentes de violência e garantir que eles estejam preparados, caso a situação fuja de controle.
Apesar disso, muitos, como Rose Mungai, esperam que estes preparativos sejam desnecessários: "Ore pela paz. Nós não queremos ver ou ouvir outra crise no Quênia. Queremos eleger nossos governantes em paz e, para isso, só precisamos da sabedoria de Deus para a tomada de decisões e Sua proteção quanto aos problemas mal solucionados."
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