Numa dura repressão dos últimos dez anos, a polícia de segurança do Egito prendeu e torturou um casal cristão de origem muçulmana, junto com outros 11 cidadãos egípcios acusados de falsificar documentos de identidade cristãos para ex-muçulmanos.
Pelo menos mais dez cristãos foram detidos de uma vez e submetidos a torturas chefiadas por dois oficiais da polícia de segurança, conhecidos por táticas ilegais e cruéis contra os convertidos ao cristianismo. O casal convertido, Mohammed Ahmed Imam Kordy e sua esposa, Sahar El-Sayed Abdel Ghany, foi detido em Alexandria no dia 18 de outubro. A ação policial aconteceu aparentemente depois que a esposa foi envolvida numa queixa obtida sob tortura policial de que ela havia ajudado outra mulher egípcia a obter documentos falsos de identidade.
Dois dias depois da detenção, os dois foram transferidos para uma delegacia de polícia do Cairo onde foram espancados, pendurados pelos braços e insuflados com dolorosas quantidades de ar em seus corpos. Foi-lhes negada qualquer alimentação enquanto estiveram detidos sob forte interrogatório na delegacia central de polícia El-Mosky do Cairo, onde foram registrados sob o número 3793 de 2003.
Marido e mulher somente foram levados à presença do promotor em 22 de outubro, quatro dias depois da detenção. De acordo com a lei egípcia, a polícia deve levar o acusado detido ao promotor nas 24 horas após sua detenção.
Ao que se sabe o casal disse ao promotor que de fato eles haviam mudado seus nomes, o marido assumindo o nome de Yousef Samuel Makari Suyliman e a esposa, Mariam Girguis Makar.
Contudo, eles declararam que não sabiam ser ilegal mudar a identidade religiosa. Desde que é bastante conhecido o fato de cristãos no Egito poderem converter-se ao islamismo e mudar seus documentos de identidade, disseram eles, presumiram que os muçulmanos tivessem os mesmos direitos.
O casal deu os nomes de dois padres coptas que, disseram, os haviam ajudado mudar de identidade religiosa, ambos mortos nos últimos três anos.
Apesar da intervenção de advogados para obter a liberdade do casal sob fiança, a esposa foi mandada para a prisão no dia 23 de outubro pelo prazo de um mês enquanto o caso está sob investigação. O marido foi solto, mas continua sob acusação. O casal tem duas filhas adolescentes.
Enquanto isso, foram relatadas mais onze detenções, incluindo a de três mulheres coptas que haviam se convertido ao islamismo há vários anos mas voltaram à sua fé cristã. As três identificadas como Soheir Hosni Sedky, Fawzeya Azmy Estafanos e Marina Morcos Shenouda, enfrentam acusações de subornar funcionários do governo para obter documentos falsos de identidade.
Além disso, Portas Abertas conseguiu os nomes de oito funcionários públicos, ao que se sabe, presos por ligação com o caso. Duas delas, Reda Zaghloul e Amal Wadi´I, são mulheres. Outro, um cristão chamado Aziz Zakhary Armanios, foi empregado nos escritórios da segurança em Beni Swef, uma governadoria do sul do Egito. Armanios foi detido no Cairo acusado de preparar documentos cristãos de identidade para 2.800 muçulmanos egípcios que se converteram ao cristianismo. Ele teve a prisão aumentada para 45 dias pelo promotor.
O detido Samir Sa´ad foi identificado como sendo um cristão copta que se convertera ao islamismo que depois tentou voltar para o cristianismo. Funcionário do escritório de registro civil em Dokki, no Cairo, sabe-se que Sa´ad foi torturado para confessar os nomes de muçulmanos que se converteram ao cristianismo.
Mais dez cristãos foram detidos na grande ação de detenções, ao que se sabe, organizada pelo tenente Sayed Zaky, um oficial de investigações criminais conhecido por adotar práticas ilegais na detenção de cristãos.
Apesar do tenente Zaky ter informado o promotor que os cristãos recentemente acusados tinham sido presos na rua, fontes locais confirmaram que na verdade eles foram tirados à força de suas casas no meio da noite. Eles arrombaram portas, vasculharam suas casas, maltrataram os pais na frente dos filhos, tudo de uma forma humilhante, disseram as fontes.
Sabe-se que os detidos são torturados pelo tenente Walid El-Dossoky, designado para o quartel da polícia de segurança do Estado em Lazogly. Devido a antiga reputação de Dossoky por infligir tortura cruel particularmente sobre as mulheres cristãs convertidas, inúmeras queixas foram apresentadas a organizações de direitos humanos contra ele.
Apesar dos cristãos coptas do Egito comporem mais de 10% da população do país, o governo é acusado de um descarado apartheid religioso por suas leis discriminatórias que favorecem a maioria muçulmana.
Enquanto os cidadãos cristãos que querem se converter ao islamismo têm liberdade para adotar nomes muçulmanos e mudar suas identidades religiosas, esses direitos são negados aos muçulmanos que se convertem ao cristianismo. De acordo com a lei, não é ilegal a um egípcio converter-se de uma para outra religião mas, na prática, os muçulmanos que se convertem ao cristianismo enfrentam a prisão, tortura e constantes ameaças a suas vidas.
Diante de tal perseguição, muitos desses convertidos tentam mudar seu status religioso sem a permissão do governo, ficando expostos à acusação de falsificação de documentos oficiais.
Após esta última repressão, um grupo de ex-muçulmanos que se converteram ao cristianismo publicou uma declaração anônima no Cairo no dia 26 de outubro.
Estamos entre as mandíbulas da constituição e da lei, afirmaram os cristãos convertidos, observando o dilema entre as garantias constitucionais de liberdade de crença e a lei islâmica que exige a execução dos apóstatas que não se arrependem.
Afirmando seus direitos como cidadãos egípcios a tratamento igual sob as leis do país, os convertidos exigiam que todos os processos de identidades falsificadas, movidos contra os cristãos convertidos, fossem retirados incondicionalmente.
O próprio governo egípcio é responsável por esta ação ilegal, afirmava a declaração, porque ela nos priva de um dos nossos direitos fundamentais, o de aceitar uma nova fé e mudar nosso nome, nossa identidade e nossos documentos oficiais. Devolva nossos direitos, e não vamos falsificar essas coisas.
É lógico, perguntam os convertidos, que a pessoa que escolhe uma religião diferente do islamismo seja acusada de blasfêmia e não se aplique o contrário? De fato, afirma a declaração, foi dada liberdade a todos os cristãos do Egito para mudarem de crença. Mas aqui os muçulmanos são perseguidos, porque não desfrutam do mesmo direito!
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