Nos tempos atuais, uma lista que informe intolerância contra esta ou aquela minoria corre o risco de ser chamada anti-ética. Pessoas podem alegar que a percepção de intolerância é enviesada, que a lista é etnocêntrica e que pretende criar hostilidades contra povos ou contra regimes.
Mas será que é isso mesmo? A busca desta resposta requer uma - ainda que rápida - discussão do conceito, o que é ética. Segundo Moreira*há pelo menos cinco linhas conceituais relativas à ética.
1. A teoria fundamentalista para quem os conceitos devem ser extraídos de uma fonte externa ao ser humano
2. O utilitarismo para quem o ético é o que cria um bem maior para a sociedade como um todo, um bem maior medido pelo seu tamanho e não pelo número de pessoas que beneficia.
3. Para a teoria kantiana, o dever ético é definido a partir de conceitos universais aplicáveis a todos, sem exceções, desde que exijamos de nós mesmos o que se exige do próximo.
4. O contratualismo de Rousseau reivindica estar implícita na convivência humana a obrigação de se comportar de acordo com a moral.
5. Finalmente, o relativismo, para quem cada um deve comportar-se de acordo com seu próprio pensamento sobre o certo e o errado.
Para Portas Abertas, a Classificação se enquadra nos quatro primeiros conceitos pois seu objetivo écriar consciência e mobilização a favor dos discriminados, sem qualquer interesse em estigmatizar os países mencionados. Os países são simplesmente o "endereço" do problema e o foco da oração intercessória.
Talvez, mesmo diante desta argumentação, a pergunta permaneça aberta: "é ética a lista"? Nesse caso, o leitor é quem deve decidir e, nesse sentido, dois pontos finais que podem ajudar.
Primeiro um testemunho**
Na década de 70, Irmão André, fundador de Portas Abertas, foi questionado quanto à ética de entrar com Bíblias em países em que a Bíblia é proibida. Ele estava numa igreja na África do Sul e, um pouco antes da pregação, um irmão lhe entregou uma folha em que explicava suas dúvidas.
A resposta dele àquela época vale ainda hoje: "o sofrimento de nossos irmãos perseguidos é por demais desesperador, para que fiquemos por aí a praticar façanhas apenas pelo prazer de aparecer".
E, finalmente, outra pergunta: seria ético de Portas Abertas, apurar a classificação e não publicá-la?
Douglas Monaco - Secretário Geral de Portas Abertas Brasil
* "A ética empresarial no Brasil" - Joaquim Manhães Moreira - Pioneira, SP, 1999
** "Não há portas fechadas" Irmão André - Editora Betania - Belo Horizonte, MG, 1974
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