Com a chegada dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro, o contraste entre as coberturas das mídias nacionais e internacionais tem sido claros. De um lado, a festa pelo tão falado "Espírito Olímpico" é promovida pelas emissoras brasileiras que estão transmitindo o evento. De outro, jornais do exterior alertam seus cidadãos e atletas sobre os perigos e as mazelas sociais, que são motivo de vergonha para o Brasil.
Apesar de reconhecer que não há como fechar os olhos para a dura realidade dos moradores de rua, dos usuários de crack e da violência que assolam o país, o missionário e pastor Wellington Amorim afirmou que este tipo de cobertura da mídia internacional acaba tornando-se desnecessária.
"Eu tenho acompanhado essas matérias [da mídia internacional] feitas com pessoas em situação de rua e usuários de crack. Eu acho que elas são totalmente desnecessárias, porque a mídia quer mostrar uma imagem ruim do nosso país para o exterior. Então eles filma somente as coisas ruins do Rio de Janeiro", afirmou.
"Essas coisas acontecem em todo o mundo, nos Estados Unidos, na Europa. Em países de primeiro mundo também acontecem coisas ruins, também tem pessoas em situação de rua e usuários de crack, mas devido a essa visibilidade que as Olimpíadas estão trazendo para o Brasil e para o Rio de Janeiro, a mídia tem mostrado as coisas ruins do nosso país".
Amorim citou o caso dos nadadores norte-americanos que viram sua situação se complicar após entrarem em contradição sobre a denúncia de que teriam sofrido um "assalto".
"[Neste caso] a mídia bombardeou o país, o Rio de Janeiro, por causa da violência. Mas a mesma mídia que bombardeou o Rio de Janeiro não está mostrando que esses caras podem ter inventado toda essa história. Eu fico feliz pelo fato de que a justiça do nosso país está dando uma resposta para essa situação. Eles precisam ver que aqui não corre tudo solto... Que eles podem vir de outro país, fazer o que quiser e voltar normalmente", afirmou.
O pastor Wellington, que exerce o seu ministério como coordenador da Missão Batista Cristolândia Madureira, no Rio de Janeiro, explicou que estas matérias deixam de mostrar que, apesar da situação alarmante dos moradores de rua e usuários de drogas, há pessoas que estão trabalhando para mudar este quadro.
"As reportagens não mostram as coisas boas que estão sendo feitas com essas pessoas em situação de rua, não mostram os projetos que realmente se importam com essas pessoas. Há muitos que já se recuperaram, saíram das ruas, deixaram as drogas", acrescentou.
Cristolândia no RJ
Com sua base principal em Madureira, o projeto Cristolândia atende diariamente cerca de 100 pessoas em situação de rua e usuários de drogas, no Rio de Janeiro.
Abrindo suas portas às 9h, o projeto recebe os moradores de rua com uma breve mensagem evangelística, que é seguida por um café da manhã, almoço e outros tipos de assistência, como corte de cabelo, banho, atendimento médico e psicológico.
"Para aqueles que querem sair das ruas e abandonar as drogas, nós oferecemos um dormitório, com toda uma estrutura específica aqui. Então eles ficam aqui conosco por 30 a 45 dias. Nesse período, essa pessoa já não pode mais ter acesso à rua. Nós fazemos uma triagem com essas pessoas, tentando pegar o máximo de informação possível delas. Quando elas iniciam o tratamento, também são atendidos pela assistente social do Projeto, são atendidos pela psicóloga e também por uma enfermeira e uma médica. Além disso, também temos um advogado que nos auxilia na área jurídica", contou.
O projeto também tem três centros de formação profissionalizante masculinos — em Campo Grande, Alcântara e Santo Antônio de Pádua — e dois femininos — em Guaratiba e Campos dos Goytacazes. Nestes locais, as pessoas em tratamento continuam tendo acesso ao aprendizado da Bíblia.
A eficiência deste projeto pode ser comprovada pelo próprio pastor Wellington, que um dia já foi morador de rua e usuário de drogas em São Paulo, mas foi resgatado e hoje se dedica a trabalhar pela mudança de vida de outras pessoas que necessitam de libertação.
"Eu sou fruto do projeto. Fui resgatado da cracolândia em 2010, no início do trabalho da Cristolândia. Eu saí das ruas, passei por todo o processo terapêutico e conheci minha esposa dentro do projeto", contou.
No ano seguinte, pastor Wellington já estava cursando a Faculdade Teológica Batista em SP e, em 2012, foi convidado para iniciar o trabalho da Cristolândia no Rio de Janeiro. Já em terras cariocas, ele concluiu a Faculdade Teológica e foi ordenado para o ministério pastoral Batista.
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