A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC) para que novas eleições ocorram em outubro deste ano. Próximo do Senado votar se aceita ou não o processo de impeachment, Dilma, em uma cartada final, estaria preparando um pronunciamento em rádio e TV em que renunciaria ao cargo e pediria ao vice para fazer o mesmo.
Ministros do governo, como Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) apoiam a ideia de eleição, mas há quem defenda que a manobra seria a negação do discurso de que o impeachment é um golpe. Seria preciso, também, buscar apoio dos movimentos sociais, pois há resistência do MST, por exemplo.
Já o vice-presidente Michel Temer, que vem se movimentando em caso de assumir o cargo por 180 dias após o plenário decidir o destino de Dilma Rousseff, é enfático ao dizer se renunciaria ao cargo: “seria fugir da responsabilidade. Essa, sim, é uma proposta golpista”, disse Temer ao GLOBO sobre a possibilidade, que passou a circular na semana passada.
A oposição também desconsidera a possibilidade de novas eleições presidenciais. A justificativa é que em caso de apenas a presidente renunciar, não existe respaldo na Constituição.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que defende a antecipação do pleito, disse que a base governista não possui o número de votos suficientes para aprovar uma PEC, já que não conseguiu barrar o processo de impeachment.
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