Em virtude dos atos de violência em março passado, ninguém foi indiciado por esses acontecimentos, disse ao Forum18 o Frei Sava, abade do Monastério no oeste de Kosovo no dia quatro de maio. Algumas pessoas foram presas durante a investigação, mas nada está totalmente apurado para saber se estes realmente foram os que organizaram ou são os soldados de baixo escalão que somente obedeciam a ordens de cima. Ele reclamou que nenhum julgamento foi feito até agora, e nem a população foi informada sobre quem acredita ser o organizador desses ataques na Sérvia, incluindo os ataques nos locais religiosos. Desde 1999, nenhum saqueador em qualquer Igreja Ortodoxa foi preso pela missão UNMIK das Nações Unidas, pela força de paz KFOR liderada pela OTAN, ou principalmente pelo Serviço Policial Kosovo Albanês (KPS).
Na manhã do dia cinco de maio, o Forum18 apresentou questões em escrito para a KFOR e para a UNMIK em suas matrizes em Pristina, capital do país, querendo saber qual prisões foram aplicadas por essas organizações se esses, que supostamente foram presos, ainda se encontram em custódia; quais acusações eles irão enfrentar e quando; quais investigações na violência contra esses locais religiosos ainda continuam acontecendo; que tipo de ajuda vinda da UMNIK está sendo feita para reconstruir os locais atacados; que tipo de proteção está sendo feita e para quem a proteção está sendo direcionada. Apesar de que as duas organizações mencionadas prometeram que iriam responder, nenhuma delas o fez até a tarde do dia seis de maio.
No fatídico mês de março, pensamentos de observadores incluindo o comandante da OTAN para o sul da Europa, Almirante Gregory Johnson, para ser pré-planejado, multidões de etnia albanesa atacaram residências sérvias, igrejas e escolas em Kosovo. Os ataques aconteceram mesmo com a presença da KFOR e da UNMIK, a KPS local e a KZK (Força de Proteção de Kôsovo). A violência deixou dezenove pessoas mortas, duzentas e vinte residências atacadas, bem como trinta igrejas e monastérios danificados. Com um número inicial de cento e doze igrejas destruídas e monastérios, isso chega a um número total de destruição, desde que as forças internacionais assumiram a responsabilidade em Kôsovo em 1999, de cento e quarenta.
Mimoza Kusari, porta-voz para o primeiro ministro Bajram Rexhepi, insistiu ao Forum18 que todas as igrejas e monastérios destruídos serão restaurados. Assim que os danos forem avaliados, serão restaurados na mesma condição que se encontravam anteriormente, disse ela ao Forum18 no dia seis de maio em Prístina. Interrogada se eles serão capazes de reabrirem os locais religiosos, ela respondeu: claro. Ela disse que padres, monges e freiras voltariam assim que os prédios estivessem prontos. Perguntaram para ela quem os protegeria de outros possíveis ataques, sendo que Mimoza informou que isso ainda não foi decidido, embora o governo presuma que sejam as forças internacionais.
Kusari admitiu que a KPS, a KFOR, e a UNMIK não se saíram bem durante a violência de março. Ela disse que o governo levantou um fundo do orçamento consolidado para financiar a reconstrução das propriedades danificadas. As prioridades foram as residências. Ela disse que os danos aos pontos históricos - incluindo as Igrejas Ortodoxas Sérvias - agora estão sendo avaliados por especialistas da UNESCO e pelo Conselho da Europa. Especialistas da UNESCO estão aqui no momento e especialista do Conselho da Europa estarão aqui na próxima semana.
A UNESCO estima cerca de USD 27mil em prejuízo para as vinte e sete igrejas que podem ser reconstruídas, das trinta que foram destruídas. No dia três de maio, o diretor da UNESCO, Koichiro Matsuura, declarou que o Monastério, que foi atacado por um morteiro no dia vinte e sete de março, será reconhecido como ponto de herança mundial da UNESCO. Embora o frei Sava acreditava que tal lista fosse insignificante, ele estava cético a respeito de como seria protegido o monastério. Nas condições atuais, em termos políticos e de segurança, tal decisão representa quase nada de garantia, disse ele ao Forum18.
Valbona Boshtrakaj, do Ministério da Cultura, disse que é esperado que especialistas enviem seu parecer final com a avaliação dos danos dos pontos históricos sérvios ao final de maio. Ela disse isso ao Forum18 em Prístina no dia seis de maio depois que um orçamento seria aprovado para a restauração. Ela alega que seu ministério tinha convidado a diocésia Sérvia Ortodoxa para colaborar mas eles não estão dispostos a entrarem em contato com instituições de auto-governo provisional. Entretanto, ela disse que especialistas albaneses e sérvios estavam trabalhando em conjunto com a UNESCO nas avaliações de campo dos danos dos pontos onde foram atacados.
Embora Mimoza admita que cerca de trinta igrejas Sérvias Ortodoxas tinham sido destruídas ou danificadas durante os atos de violência, ela recusou a admitir que mais de cem locais sagrados ortodoxos tinham sido destruídos ou danificados desde que forças internacionais passaram a ter o controle de Kosovo em 1999. Você deve ter se confundido, disse ela ao Forum18. As igrejas estão sob proteção especial - nada aconteceu com esses locais até então.
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