Descoberta arqueológica gera controvérsia na cidade onde Jesus nasceu
Cisjordânia é uma zona disputada por judeus e palestinos
O guia turístico Binyamin Tropper comemorou por achar que era o primeiro a descobrir uma enorme coluna enterrada nos limites da cidade de Belém, onde nasceu Cristo. Porém, ficou surpreso ao saber que as autoridades judaicas tinham conhecimento de sua existência há décadas, mas a mantinha em segredo.
Acreditando na importância deste pilar, ele procurou a Autoridade de Antiguidades de Israel, que respondeu: “Muito bem, mas não vamos mais falar disso.” Tropper desobedeceu o pedido de permanecer em silêncio sobre esta descoberta, pois ele acredita que uma escavação na área é mais importante que os conflitos políticos na área.
No entanto, Tropper preferiu não revelar a localização exata da coluna para evitar assim atrair ladrões de antiguidades. De modo especial por que estaria na propriedade de um agricultor palestino. A coluna (ou pilar) possui cerca de 2800 anos, está enterrada a dois metros de profundidade e pesa aproximadamente cinco toneladas. Tropper disse que durante os últimos 30 anos, Israel tem discutido sobre o tamanho e a importância do reinado do rei Davi e de seu filho Salomão. Isso confronta o que a Bíblia diz sobre eles. O projeto desta coluna revelada por Tropper tem uma arquitetura típica da época do Primeiro Templo e fornece evidências inequívocas do reino de Davi e Salomão na região da Judeia.
A dificuldade de exploração é porque Belém fica na Cisjordânia, terra disputada por judeus e palestinos. Embora seja um local sagrado para cristãos.
A coluna está perto de uma aldeia árabe e esse seria o principal motivo que o governo israelense pode ter fugido da divulgação, pois uma escavação geraria um grande problema político. Mesmo assim, Tropper foi à imprensa hebraica, e o assunto ganhou atenção nas últimas semanas.No início deste mês, vários arqueólogos israelenses foram inspecionar o local. Entre eles estava Yosef Garfinkel, professor de arqueologia da Universidade Hebraica.
“Não há dúvida que se trata de uma construção monumental da época do Primeiro Templo, disse Garfinkel. Curiosamente, não há registros históricos sobre um prédio desse tipo naquela época.
Garfinkel explica que há um túnel que lembra um projeto similar do período do Primeiro Templo: o chamado Poço de Siloé, em Jerusalém. Segundo a Bíblia, pode se tratar de uma obra do rei Ezequias, que canalizaria a água para a cidade durante o cerco assírio no século 8 a. C, registrado no livro bíblico de 1 Reis.
A existência de um grande túnel de água no novo local sugere a presença próxima de uma grande fazenda ou palácio, disse Garfinkel.
Enquanto o movimento sionista luta para provar a profundidade de raízes judaicas naquela região, os palestinos continuam tentando negar a existência de qualquer história judaica antiga na chamada Cisjordânia.
A Autoridade de Antiguidades de Israel admitiu que existem sérios problemas políticos que impedem uma escavação. “Este é realmente um achado importante, as informações preliminares ligam ao tempo dos reis de Judá. Ao mesmo tempo, deve ser lembrado que a região é alvo de conflitos. Autoridade de Antiguidades, junto com todas as outras autoridades competentes, tem lidado com isso há algum tempo, numa tentativa de fazer a escavação completa do sitio arqueológico em segurança”, disse o comunicado oficial.
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