Durante a palestra “Direito, Democracia, Participação e Processo Legislativo”, o ativista gay e deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) declarou que as “forças conservadoras querem passar a imagem de que são maioria na sociedade brasileira, mas não são.
Na palestra, realizada para os estudantes da Universidade Federal Fluminense, o deputado respondeu perguntas dos presentes sobre o seu envolvimento com o movimento homossexual.
Wyllys afirmou que muitas questões envolvendo os gays no Brasil dependem da Justiça: “É bastante positivo que nós brasileiros tenhamos os três poderes relacionados e ao mesmo tempo independentes e autônomos, caso contrário, não teríamos muitos dos avanços sociais que temos visto nos últimos anos. Se não fosse o judiciário garantindo direitos e o executivo implementando políticas contra a homofobia, nós homossexuais já teríamos sido exterminados, se dependêssemos desse legislativo, em sua maioria omisso e conservador”, afirmou.
O deputado negou que os parlamentares conservadores sejam um reflexo real da sociedade brasileira: “As forças conservadoras… são as mesmas forças que são contra o combate ao racismo e a inclusão de pessoas com deficiência. Essas forças querem passar a imagem de que elas são a maioria na sociedade brasileira, mas elas não são. As pessoas de bem são maioria nesse país, cabe a nós assumirmos os espaços políticos e lutarmos contra essa onda conservadora que impede a garantia de direitos civis a um grande conjunto da população”.
Aborto de anencéfalos
Em um artigo publicado em seu site, Wyllys parabenizou o judiciário pela decisão de descriminalizar o aborto de fetos sem cérebro: “Como cidadão brasileiro e deputado federal que defende os direitos humanos da população brasileira, parabenizo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta última quarta-feira, 11 de abril, que reconheceu a liberdade da mulher de interromper a gravidez em casos de fetos anencéfalos”.
Para o deputado, as críticas à decisão do STF são hipócritas: “Em nome de todas essas mulheres, é fundamental que deixemos a hipocrisia de lado e passemos a tratar o aborto como o que ele é de fato: um caso de saúde pública e não de valor, princípio ou religião. Mortalidade materna não pode ser consequência da falta de assistência médica pública hospitalar. O Estado brasileiro é Laico e a Mulher é livre”, afirmou.
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