O cabo Daciolo, deputado federal eleito em outubro de 2014, foi expulso do PSOL no último sábado, 16 de maio.
O diretório nacional do PSOL se reuniu e votou o caso de Daciolo. Com o resultado de 53 votos a 1, a decisão de expulsá-lo foi levada adiante pelos dirigentes do partido.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, em uma segunda votação, o diretório decidiu por 31 votos contra 24 não reivindicar o mandato dele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Todo o imbróglio começou quando Daciolo, que é cabo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, propôs a “PEC de Deus”, que pretende alterar a origem do poder concedido ao Estado brasileiro na Constituição Federal.
Atualmente, o texto da carta magna diz que “todo poder emana do povo”, e Daciolo quer que se reconheça que todo poder “emana de Deus”.
O líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Chico Alencar (RJ), considera ideia inaceitável: “[Daciolo] colidiu com um ponto fundamental do nosso partido, que é a defesa do Estado laico. Respeitamos todas as crenças, mas o discurso fundamentalista religioso não pode ser tolerado”, afirmou o deputado, que votou a favor da expulsão do colega.
Procurado para comentar sua expulsão, Daciolo não foi localizado. Dias antes, havia publicado em sua página no Facebook que reiterava suas propostas e sua fé: “O PSOL sempre soube da minha fé e das minhas posições em defesa dos militares. Volto a repetir: sou cristão e acredito piamente que todo poder emana de Deus”, escreveu.
Janira Rocha, ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL, foi a única a votar pela permanência do cabo Daciolo no partido. Ela informou à Folha que Daciolo vai recorrer da decisão.
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