A cantora Daniela Mercury, que recentemente assumiu sua homossexualidade, chamou o deputado evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) de “diabo”. No final de seu show no “Viradão Carioca”, no Parque Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, a cantora disparou críticas contra o parlamentar, que se tornou centro de diversas discussões no país depois de assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
– Ele mostra preconceito contra os negros. O que é isso? Mais de 50% desse país é negro. Vá pra ‘pqp’ – gritou a cantora, que completou dizendo: – Se tem algum diabo aqui, é ele.
Daniela Mercury considera como inadmissível a permanência de Feliciano como presidente da comissão da Câmara, e já disse considerar que a situação de Feliciano é uma vergonha que está em todos os jornais do mundo.
– Quem não respeita a Constituição, não pode estar no poder deste país – observou a cantora, segundo o Terra.
– Sempre aprendi a respeitar os outros. Esse deputado não me representa. A gente pede socorro. Exigimos que pessoas que não respeitam a Constituição não nos representem – completou Daniela Mercury.
Feliciano foi também alvo de críticas do britânico Financial Times, que descreveu o Congresso brasileiro como uma casa onde “a raposa frequentemente toma conta do galinheiro”. De acordo com a revista Exame, parte das críticas do jornal residem no fato do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano, ser também autor de declarações polêmicas relacionadas a negros e homossexuais.
– Controvérsias como a de Feliciano não impedem as leis de passarem, mas pouco fazem para a já manchada reputação do Congresso entre os brasileiros – diz um trecho da matéria, que declara que as comissões no Brasil não estabelecem o que o Congresso vai votar de fato, mas são prova da existência dos inúmeros e “poderosos grupos de interesse” na política brasileira.
A matéria do jornal britânico faz referência também ao presidente da Comissão de Finanças e Tributos, João Magalhães, que responde a acusações de corrupção no STF; a Blairo Maggi, o milionário “rei da soja”, que comanda a de Meio Ambiente no Senado; e a João Paulo Cunha e José Genoíno, dois deputados condenados no julgamento do mensalão e membros da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante de todas.
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