Um novo relatório divulgado na quarta-feira acusa a Coréia do Norte por patrocinar crimes internacionais contra a humanidade e recomenda à ONU a formação de uma comissão para acompanhar especialmente o caso.
Elaborado pela Christian Solidarity Worldwide (CSW), do Reino Unido, o relatório tem o seguinte título: Coréia do Norte: um caso a ser respondido, um chamando para a ação.
O relatório foi escrito por advogados internacionais e inclui extensos testemunhos de norte-coreanos, num trabalho que levou sete anos para ser concluído. Uma pesquisa de campo foi feita com mais de 80 pessoas.
Existem evidências a serem analisadas pela comissão de direitos humanos como assassinatos, extermínio em massa, trabalho escravo, transferência forçada das pessoas de seus locais de origem, prisões arbitrárias, tortura e outros atos desumanos como estupros e violência sexual, diz o texto.
A ONG também sugere a análise de genocídio em relação a grupos religiosos, em especial os cristãos, principalmente nas décadas de 50 e 60.
A hierarquia restrita do governo e as informações disponíveis sugerem que as lideranças políticas da Coréia do Norte, em especial o líder Kim Jong-Il, são as responsáveis por esses crimes.
A análise enfatiza principalmente a política carcerária. Mais de 200 mil pessoas presas aguardam para serem soltas.
Lançamento
Ahn Myeong-Cheol, um guarda aposentado que trabalhou em quatro campos para prisioneiros, e Shin Dong-Hyok, que nasceu na prisão e conseguiu fugir em 2005 em uma circunstância excepcional, discursaram no lançamento.
Em seguida eles foram se encontrar com um grupo de parlamentares do Partido para Todos, do Reino Unido, responsável por um grupo de trabalho sobre a Coréia do Norte e com o líder do Partido Conservador, David Cameron.
É vital que a comunidade internacional reconheça a escala de perseguição contra a população da Coréia do Norte. Nós convocamos com urgência a comunidade internacional a dar respostas efetivas para que esses crimes terríveis não se repitam. Nossa recomendação é para que a ONU crie uma comissão para investigar e questionar a Coréia do Norte a respeito destas práticas, disse Elizabeth Batha, advogada da CSW.
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