Uma das maiores cerimônias de reconversão em massa ao hinduísmo aconteceu em Orissa, leste da Índia, em 23 de junho. Entretanto, representantes da igreja católica informaram que isso não passa de propaganda fundamentalista, realizada com a conivência do governo local.
Durante a festividade, o Vishwa Hindu Parishad (VHP, um grupo paramilitar jovem de nacionalistas hindus) "levou de volta" ao hinduísmo cerca de 600 cristãos tribais do distrito de Mayurbhanj. Ao todo, foram 92 famílias envolvidas. A cerimônia foi realizada no campus da Faculdade Pandit Raghunath Murmu, em Sarat. De acordo com o coordenador do VHP, 166 dos 602 cristãos tribais eram mulheres.
Membros do alto escalão do Bharatiya Janata Party (BJP) - o partido político de tendência nacionalista-fundamentalista que governa o estado - estiveram presentes no evento. As autoridades tomaram medidas reforçando a segurança a fim de prevenir qualquer incidente.
Fontes de dentro do VHP disseram que centenas de homens, mulheres e crianças formaram filas para receber o darshan (a visão, uma espécie de bênção).
Democracia ameaçada
Em entrevista ao AsiaNews, o monsenhor Lucas Kerketta, secretário do Conselho Regional dos Bispos de Orissa, disse que isso era meramente uma campanha de propaganda orquestrada por jovens fundamentalistas da Brigada Laranja (laranja é a cor da bandeira do nacionalismo hindu). Ele disse: "Em Orissa, a lei anticonversão é aplicada apenas para conversões ao cristianismo, mas, quando se trata da conversão ao hinduísmo, os policiais vão às cerimônias como meros espectadores, tornando-se cúmplices do extremismo hindu".
O bispo continuou: "Recentemente, em uma dessas cerimônias em uma área rural de Orissa, os missionários cristãos eram insultados aos gritos, na frente da polícia, que mão mexeu um dedo sequer".
"Tragicamente, os fundamentalista visam os tribais que nem têm origem hindu", acrescentou o religioso. "Esses tribais são muito pobres e dependem inteiramente da comunidade majoritária para seu sustento, de modo que eles são um alvo fácil de pressão e intimidação por parte daqueles que querem forçá-los a participar dessas reconversões."
John Dayal, presidente da União Cristã da Índia, reagiu de forma dura ao evento. "Em primeiro lugar, são cerimônias de 'conversão' e não 'reconversão' ao hinduísmo", ele disse. "Depois, por mais que eu despreze as leis anticonversão, elas deveriam ser aplicadas nesses casos e não apenas contra os sacerdotes cristãos. É evidente que essas leis regionais do BJP representam uma ameaça, não apenas para a tradição secular da Índia, mas também para sua estrutura federativa". Ele terminou com um apelo: "Solicito que o governo central tome providências para frear a maneira como o BJP está governando Estados como Orissa, Rajasthan e Chattisgarh, senão, terá de enfrentar sérias fraturas na democracia nacional".
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