O sétimo país mais populoso da Ásia e o 12º do mundo não faz parte da Classificação da Perseguição Religiosa, mas já enfrenta momentos conflituosos em relação ao cristianismo no país. Já faz um tempo que a Portas Abertas trabalha com o Conselho Filipino de Igrejas Evangélicas, conhecido como PCEC (Philippine Council of Evangelical Churches) para promover a paz e a reconciliação no Sul do país, organizando e participando de diálogos entre os cristãos e os líderes das facções políticas muçulmanas. Gina*, uma colaborada da Portas Abertas, diz que pretende manter a mobilização entre as igrejas. “Estamos trabalhando para educar os cristãos em relação ao islã e, ao mesmo tempo, fazendo parcerias para que os muçulmanos expliquem aos seus seguidores sobre a consciência cristã. Quem sabe assim quebramos esse preconceito entre uns e outros aqui em Mindanao”, explicou ela.
Mas enquanto a população luta pela paz entre cristãos e muçulmanos, o Estado Islâmico (EI) investe em espalhar o terror aos filipinos. Agora eles decidiram convocar militantes para lá, com o anúncio: “Se você não pode ir para a Síria, venha para as Filipinas”. Nas últimas semanas, eles divulgaram um vídeo de conteúdo extremamente violento, de 20 minutos, que termina com a decapitação de três homens europeus desconhecidos. As imagens mostram o campo de treinamento do EI na ilha de Basilan, que fica na “Região Autônoma do Mindanao Muçulmano”. Durante as gravações, há várias instruções aos militantes. Um porta-voz, que falou em filipino e árabe, pediu aos jihadistas para não pensarem duas vezes, que devem agir com violência e borbardear várias cidades. “Matenham os infiéis onde quer que eles estejam. Não usem de misericórdia, atinja-os com seus punhais e coloquem fogo em suas casas. Sejam cautelosos e fortes para não cair nas táticas fraudulentas do novo presidente, Rodrigo Duterte. Que ele seja amaldiçoado por deus”, declarou o jihadista.
Outro porta-voz disse que os infiéis são “seguidores de satanás” e também os “adoradores da cruz”, que travaram uma luta contra o “deus” deles. Inimigos e apóstatas também foram palavras usadas. “Vamos seguir em frente nessa luta, vamos lançar medo e aterrorizar seus corações. Essa jihad é tão brilhante quanto o sol que brilha no céu. Essa é uma guerra entre muçulmanos e infiéis”, disseram eles. O governo filipino minimizou a questão dizendo: “As pessoas não devem se preocupar com isso. As autoridades estão trabalhando e esses homens serão identificados e caçados”, disse o representante militar do país. Para a colaboradora da Portas Abertas, as ameaças podem afetar muitos os cristãos filipinos: “Precisamos estar cientes das atividades do Estado Islâmico e, ao mesmo tempo, devemos ficar vigilantes e continuar nossos trabalhos de paz e reconciliação. É um momento também de oração e clamor”.
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