Tribunal da sharia lança campanha ameaçando de ostracismo os que se recusarem a se converter ao islã.

Os obreiros cristãos estão fugindo da Caxemira após um tribunal da Sharia (lei islâmica) ter emitido um “veredito de culpado” contra líderes cristãos, uma fatwa (pronunciamento legal no islã) contra escolas cristãs e supostamente lançaram uma campanha para trazer os convertidos de volta para islã.

O tribunal, que não possui autoridade legal, condenou o Rev. Chander Mani Khanna, pastor da Igreja de Todos os Santos, em Srinagar, o missionário católico holandês Jim Borst e o obreiro Gayoor Messah de “atrair os muçulmanos do vale ao cristianismo”.

Chefiado pelo líder islâmico da Caxemira, Bashir Ahmad, o tribunal da sharia também “orientou” o governo do estado a assumir a administração das escolas cristãs na região, acrescentou o diário.

“Fugi com minha esposa e filhos, pois não me sinto seguro em Srinagar”, disse um obreiro cristão à Compass Direct News sob condição de anonimato. “Um grupo de muçulmanos veio duas vezes à minha casa, ameaçando meus pais com um boicote social caso eles falhassem em produzir resultados em mim”. 

A fonte disse que ele e alguns amigos deixaram Srinagar, capital de verão dos estados indianos de Jammu e Caxemira, no norte do país, antes do tribunal da sharia ter ordenado que três obreiros cristãos saíssem do Vale da Caxemira, região de maioria muçulmana do estado.

Outra fonte disse que alguns homens tinham visitado sua família e as famílias de seus amigos em Srinagar, perguntando por seu paradeiro. Ela ainda acrescentou que aqueles que fugiram podem não conseguir retornar para seus lares por pelo menos um ano.

Ele disse que os homens que estão visitando os lares cristãos são enviados dos muitos comitês que o tribunal da sharia formou para evitar conversões. Não se pôde contactar o mufti para comentários.

O Conselho Cristão para Toda a Índia alertou que o veredito do tribunal da sharia poderia enconrajar elementos extremistas a se apegar à violência.

Há somente cerca de 400 cristãos na região da Caxemira, com 300 deles morando em Srinagar, de acordo com a equipe de averiguação.

O Conselho também disse que a comunidade cristã não aceita a jurisdição dos tribunais da sharia em nenhum lugar da Índia.

“O tribunal emitiu uma fatwa contra as escolas cristãs porque alguns muçulmanos preocupados com negócios querem maior controle sobre estas escolas, conhecidas por proverem ensino de qualidade”, disse ele.