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Cristãos reagem na Índia a acusações de ?conspiração? evangelística

Líderes cristãos da Índia publicaram uma declaração conjunta em resposta às alegações feitas pelo jornal semanal Tehelka contra a comunidade cristã. Em sua edição inaugural de 30 de janeiro e numa segunda edição em 8 de fevereiro, oTehelka alegou que os cristãos estavam realizando um programa de trabalho de conversão do presidente dos Estados Unidos, George Bush, e usando o problema da AIDS como uma oportunidade para a evangelização.

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Em seguida à publicação dos artigos do Tehelka, o governo indiano forçou planos para emendar a Lei de Regulamentação de Contribuição Estrangeira (LRCE), de 1976, que restringe as contribuições estrangeiras para agências cristãs de ajuda humanitária.

Dois jornalistas assumiram identidades cristãs em suas pesquisas para os artigos do Tehelka, entrevistando líderes cristãos pelo país a respeito das estratégias que eles usavam para a evangelização. Aqueles líderes dizem agora que seus comentários foram tomados fora do contexto e usados para apoiar a teoria da conspiração.

A reportagem procura dividir a unidade da igreja na Índia, disse à Portas Abertas o Rev. Richard Howell, secretário geral da Associação Evangélica da Índia (AEI). Mas eles não podem dividir a igreja, porque todas as maiores denominações cristãs da Índia permanecem unidas contra as reportagens do Tehelka.

 

Toda a comunidade cristã defende a liberdade religiosa como promete a Constituição indiana, que dá a todas as comunidades o direito de compartilhar sua fé com outros e concede a todos os indivíduos o direito de aceitar a fé de sua escolha.

A reportagem do Tehelka faz parte de uma agenda maior, que é reduzir, minimizar e até impedir a presença cristã na sociedade, disse Howell.

A AEI representa 70% da comunidade evangélica da Índia. Ela uniu-se recentemente ao Conselho Nacional de Igrejas da Índia (CNII), representando os cristãos ortodoxos e protestantes, e à Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CBCI) para emitir uma resposta conjunta aos artigos do Tehelka sob a bandeira do Fórum dos Cristãos Unidos (FCU).

O padre Philip Kuruvilla é o secretário executivo da Secretaria de Observação da Índia do CNII. O CNII, junto com a CBCI e a AEI, critica energicamente as reportagens do Tehelka que sugerem o 'zelo evangélico' mostrado por uma denominação ser anátema para outra, ele disse a Portas Abertas. A ordem do nosso Senhor Jesus é a de unir todos os cristãos.

O Dr. Babu Joseph, porta-voz da CBCI, acredita que o Tehelka tem o plano claro de alimentar a violência contra os cristãos. Ao atormentar uma comunidade que tem estado sob uma infamante campanha de ódio tramada e executada pelo Sangh Parivar (grupos hindus fundamentalistas), o Tehelka somente acrescentou combustível ao fogo, disse ele. Isto leva a criar mais desdobramentos na sociedade quando os 'fatos' mostrados pelo Tehelka forem explorados por elementos inescrupulosos.

Na declaração conjunta, o FCU persuadiu os cidadãos a votarem em candidatos que apoiassem a harmonia comunitária e a liberdade religiosa. A nossa nação... dá a todos os cidadãos os direitos fundamentais estabelecidos na constituição. ...Os representantes que elegemos devem ser capazes de redirecionar a trilha da nossa nação para fortalecer a democracia.

Enquanto isso os ministérios do Interior e da Justiça da Índia estão forçando mudanças em uma lei existente que regula a contribuição de fundos do exterior. Se a lei for aprovada pelo Parlamento, a lei LRCE, de 1976, terá o nome mudado para Lei do Gerenciamento de Contribuição Estrangeira (LGCE), dando aos administradores do Estado maior poder para restringir o total de ajuda estrangeira que entra no país.

De acordo com uma reportagem do Indian Express de 1 de março, Cerca de 2.500 organizações 'frouxamente definidas' como organizações não-governamentais (ONG´s) recebem 1 bilhão de dólares anualmente, dos quais 60% vão para organizações religiosas, em sua maioria cristãs.

De acordo com a lei proposta, os solicitantes de fundos estrangeiros precisarão da liberação de magistrados distritais. A liberação para categorias de ONGs sensíveis será dada pelos administradores da lei LRCE em Nova Déli.

A lei LRCE foi emendada pela primeira vez em 2000, exigindo que as organizações minoritárias informassem os administradores do distrito a respeito da fonte de seus fundos e da natureza do seu trabalho. Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o governo propôs acrescentar as ONGs à lista de organizações reguladas.

Entretanto, nenhuma ação posterior foi tomada a esse propósito até que os artigos do Tehelka foram publicados.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/2004/03/noticia681/


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