De acordo com um artigo publicado pela agência de notícias AsiaNews, o bombardeio das posições curdas na Síria, Iraque e Turquia, pelo governo turco, é uma consequência das atitudes do próprio presidente: "Não é possível formar um governo de coalizão, quando o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, está usando de sentimentos anti-curdos, tradicionais de muitos turcos, para consolidar seu poder".
As eleições parlamentares de 7 de junho acabaram com a hegemonia do partido político AKP (Adalet ve Kalkınma Partisi/Partido da Justiça e Desenvolvimento). Desde então, as negociações da coalizão foram acontecendo sem sucesso. Sob a Constituição turca, o presidente pode formar um governo de unidade nacional, se o Parlamento não expressar um governo de maioria, no prazo de 45 dias de uma eleição. Caso essa situação surgir, o presidente pode nomear os ministros internos, da Justiça e da Comunicação, enquanto outros ministérios são distribuídos entre os outros partidos, na proporção de sua força parlamentar.
De acordo com analistas políticos cristãos do país, tudo na Turquia aponta para um cenário onde o presidente Erdogan vai mandar. Os 45 dias já passaram, então ele tem o direito de fazer tudo isso. Para sublinhar a necessidade de sua intervenção, Erdogan tem apelado para a questão dos curdos, o que pode ser a ruína da República, conforme o artigo do AsiaNews. "Todos os anos de negociações de paz entre o governo turco e os curdos foram jogados no lixo", concluem.
Os curdos vão reagir ferozmente, como sempre fizeram; portanto, podemos aguardar por mais um período de grandes violências. Infelizmente, parece que o bom senso e a boa vontade não vão prevalecer. Haverá novos combates entre a Turquia e os curdos, e isso certamente afetará a Igreja de várias maneiras. Primeiro, porque os cristãos siríacos, no sudeste da Turquia, estão bem no meio do campo de batalha. Muitos até já deixaram a região, mas os outros cristãos que estão na Turquia, também serão muito afetados e terão sua liberdade comprometida durante esse tempo de guerra.
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