A prisioneira 42 em um centro de detenção na Coreia do Norte era uma cristã. Você já conheceu parte de sua história. Mas um dia ela foi chamada para fora da cela para comparecer ao tribunal. Ela conta: “No tribunal, não havia advogado para me representar. Eu só parei na frente do juiz com guardas atrás de mim. Mas eu não estava sozinha, meu marido estava lá também. Ele me olhou com o olhar mais triste que eu já tinha visto; ele havia chorado. Eu tinha tanto para dizer e sabia que ele também, mas não podíamos dizer uma só palavra. O juiz perguntou se ele queria se divorciar de mim. Com a voz embargada, ele disse sim”.
A cristã entendeu que o marido teve que fazer essa decisão para o seu próprio bem e dos filhos, pois toda a família seria punida se ele não se divorciasse. Ela recebeu a pena de quatro anos em um campo de trabalho forçado, onde seu número agora era 1445. Ela pensava que nada seria pior que um ano no centro de detenção sem ver a luz do sol ou sentir o vento soprar. Ao chegar ao campo, “eu vi coisas sem forma se movendo e levei alguns momentos para perceber que eram pessoas. Algumas estavam encurvadas, outras sem um braço ou uma perna. Eu olhei para meus braços e pernas, magros como palitos de fósforo; eu não estava muito melhor que os outros prisioneiros”, conta.
Dois anos no campo de trabalho forçado
No campo, ela trabalhava 12 horas por dia ou até mais. Os dias eram longos, mas pelo menos ela não estava sozinha, trancafiada em uma cela. Um dia, quando ficou doente, ela teve que ficar no seu abrigo. Pensou que estivesse sozinha, quando viu um cobertor se movendo no canto. Havia uma pessoa embaixo dele e, ao se aproximar, ouviu um som familiar. Era uma mulher e ela estava orando em línguas. Após observá-la por dias, a prisioneira 1445 se aproximou da mulher e disse: “Saudações no nome de Jesus”. Ela quase teve um ataque do coração.
Depois disso elas formaram uma igreja secreta dentro do campo. Quando tinham a chance de estar sozinhas e em segurança, oravam o Pai Nosso e o credo apostólico. Mas a cristã confessa: “Ela era mais corajosa que eu, pois falava de Jesus para os outros. E foi por isso que um dia um carro veio buscá-la. Quando a vi saindo, sabia que a estavam levando para uma prisão de segurança máxima, a temida kwan-li-so, à qual ninguém sobrevive”.
A prisioneira 1445, por sua vez, teve a pena abreviada e ficou no campo por dois anos; depois disso pôde reencontrar seu marido e filhos. A certeza que tinha é de que Deus esteve com ela a cada dia, hora, minuto e segundo, assim como estava com sua família.
Ajude-os a sobreviver
Ore pelos muitos cristãos em prisões e centros de trabalho forçado na Coreia do Norte, para que fiquem firmes na fé e testemunhem de Jesus aos outros. Além de orar, você pode contribuir para que nossos irmãos tenham suas necessidades supridas. Com sua doação, eles recebem medicamentos, comida e roupas.
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