A Solidariedade Cristã Mundial, uma organização cristã de direitos humanos baseada no Reino Unido, está procurando a devolução do emprego a onze enfermeiras cristãs na Nigéria demitidas por se recusarem mudar seus uniformes de enfermeiras pela veste muçulmana.
As enfermeiras perderam seus empregos há dois anos quando a gerência do Centro Médico Federal em Azare, Estado de Bauchi introduziram o código de vestimenta islâmica para todo o pessoal do hospital. O pessoal cristão do hospital protestou contra a decisão, destacando que a Nigéria adere ao secularismo e garante a liberdade religiosa a todos os cidadãos.
Apesar dos protestos, os administradores do hospital demitiram as enfermeiras por insubordinação.
No dia 1 de dezembro, a Baronesa Caroline Cox, deputada da Casa dos Lordes britânica e presidente da Solidariedade Cristã Mundial, anunciou durante uma visita a Lagos que a organização cristã de direitos humanos assumirá a luta por justiça pelas enfermeiras desempregadas.
Outra organização de direitos humanos denominada Iniciativa Macedônica patrocinou a visita da Baronesa Cox à Nigéria. O coordenador internacional da Iniciativa Macedônica, Rev. Ladi Thompson, disse a Portas Abertas que os defensores dos direitos humanos do país esperam que o caso chame a atenção para outras violações dos direitos humanos dos cristãos na Nigéria.
Thompson disse que sua organização planejava uma reunião de cúpula dos ativistas pela liberdade religiosa para trabalhar em direção a esse objetivo.
Uma série de documentos de compromisso construtivos foram enviados por pessoas envolvidas na promoção da liberdade religiosa, disse Thompson. Ele acrescentou que estão sendo planejadas reuniões periódicas tanto na Nigéria como na Inglaterra para reunir indivíduos envolvidos na defesa da liberdade.
A Iniciativa Macedônica está ajudando a encontrar uma posição onde ambos os países possam conseguir progresso através de sessões 'de exercício mental' , disse ele.
Sabe-se que a baronesa Cox planeja iniciar um debate na Casa dos Lordes sobre a questão das onza enfermeiras de Bauchi. Cox acredita que, independentemente da consideração da liberdade religiosa, os direitos constitucionais das enfermeiras de acordo com a lei nigeriana foram violados.
Outro caso de violação de direitos
Notícias dão conta de que a implementação do código legal islâmico conhecido como sharia resultou em penas de prisão para dezesseis cristãos do Estado central de Níger.
Alhaji Awal Mohammed Bida, presidente de um comitê estadual responsável pela aplicação da lei da sharia em Níger, disse a Portas Abertas no dia 2 de dezembro que 98 pessoas foram detidas por violarem as normas islâmicas em outubro. Desse número, 34 eram cristãos.
As investigações sobre as supostas infrações resultaram em pena de cadeia para dezesseis cristãos. Os outros casos ainda estão pendentes nos tribunais islâmicos, de acordo com Bida.
De acordo com o Alcorão, a lei da sharia deve ser aplicada somente aos que se professam muçulmanos. Os não-muçulmanos - mesmo os que vivem em áreas sob controle da sharia - devem ser regidos pela mesma lei civil de qualquer cidadão comum. Entretanto, esse preceito é sempre desrespeitado na Nigéria.
Existe a necessidade que todas as pessoas respeitem a lei islâmica, independentemente de suas convicções religiosas, disse Bida a Portas Abertas. Os cristãos deste Estado deveriam saber que temos leis islâmicas em vigor que devem ser obedecidas por eles. Eles devem aderir estritamente e obedecer as leis.
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