Quatro meses após ser torturado e preso por "difundir o cristianismo" na Arábia Saudita, o cristão indiano Brian O'Connor recebeu esta semana na prisão suas primeiras visitas oficiais da embaixada indiana e de oficiais sauditas.
Em 25 de março, Brian, de 36 anos, foi levado de sua casa em Riyadh e preso por um grupo da muttawa (polícia religiosa) saudita, que o açoitou severamente e o levou até a delegacia, alegando que ele estava lidando com drogas, álcool e a propagação do cristianismo. Desde então está preso, sem passar por julgamento ou sem ter qualquer evidência de acusações contra ele.
O indiano reconheceu que havia liderado estudos bíblicos em sua casa entre cristãos deportados, mas recusou as tentativas de persuasão para que se convertesse ao islamismo ou assinar uma confissão dizendo que vendia álcool.
Nesta semana, dois representantes da embaixada de Brian o visitaram na prisão Al-Hair de Riyadh. No dia seguinte, ele foi visitado por um oficial que afirmou representar o escritório do príncipe Salman, governador de Riyadh.
Em 25 de julho, funcionários que se identificaram como senhores Narayan e Unni, da Comunidade da Ala do Bem-Estar, da Embaixada Indiana, passaram trinta minutos com Brian. Os homens fizeram ao indiano algumas perguntas formais a respeito do seu caso, concedendo-lhe somente um vislumbre parcial do seu arquivo que eles estavam carregando.
Foi a primeira reunião da embaixada indiana com Brian desde que ele foi transferido da custódia policial para a prisão de Al-Hair, em 4 de abril. Quando ele perguntou o motivo pelo qual os funcionários da embaixada haviam recusado a se encontrarem com seus amigos que foram à embaixada em seu favor, os oficiais declararam que eles não poderiam fazê-lo, porque a embaixada tinha que "seguir as leis do país".
No dia seguinte, um saudita nacional que havia se recusado a dar seu nome, visitou Brian na sua cela, questionando-lhe em inglês a respeito de seu caso e anotando as informações em várias páginas, em árabe. Após questionar o que Brian esperava do governo saudita e de seu empregador, o visitante perguntou-lhe se quaisquer marcas visíveis de tortura permaneciam no seu corpo.
Brian contou ao visitante que as marcas das chibatadas na suas costas e graves machucaduras nas suas juntas não eram mais visíveis. Ele também afirmou que ele não queria nada do governo saudita, e que ele estava consciente que sua companhia não poderia fazer nada por ele.
"Eu perdoei todos que me machucaram e açoitaram-me", contou ele ao visitante. "Eu perdoei até mesmo a muttawa, que atribuiu um caso falso de bebida alcoólica contra mim e me prendeu".
Após o saudita ter anotado os comentários de Brian em árabe, ele tentou fazer com que o cristão indiano assinasse cada página com sua impressão digital do polegar. Brian começou a fazer como lhe fora instruído, mas, então, recusou-se a prosseguir, declarando que a muttawa havia feito a mesma coisa, forçando-lhe a assinar um documento que ele não conseguia ler e, então, enviaram-lhe para a prisão, ao invés de libertá-lo, como lhe haviam prometido.
Finalmente, o visitante admitiu que ele fora enviado pelo escritório do príncipe Salman, governador de Riyadh, para entrevistar Brian e registrar seu testemunho.
No final da entrevista de uma hora, o visitante contou a Brian que dentro de dez a quinze dias, ele retornaria ao seu emprego ou seria deportado para a Índia.
Empregado pela Corporação El Khereji como um agente de cargas na Companhia Aérea Saudita, Brian trabalhou no rigoroso reino do Golfo Pérsico nos últimos seis anos. Há duas semanas, sua companhia confirmou que eles haviam entregado o passaporte dele, uma passagem de volta para retornar à Índia e todos os documentos exigidos e pagamentos à polícia saudita no final de março, logo após a sua detenção.
Um executivo de uma companhia também declarou que Brian não foi detido pela pretensa venda de bebida alcoólica. "O caso da bebida alcoólica é uma mera desculpa por sua detenção", afirmou o oficial.
As visitas da prisão vieram em 17 de julho, duas semanas após a morte do pai de Brian, em Hubli, no estado de Karnataka da Índia. As autoridades sauditas não responderam a solicitação do prisioneiro indiano de promulgar sua soltura para que ele pudesse ir ao funeral do seu pai.
Três dias mais tarde, Brian foi surpreendido quando um membro da polícia religiosa veio à sua cela para informar-lhe que uma carta havia chegado para ele. O homem continuou a empurrar uma carta após a outra debaixo da porta da cela, até que Brian conseguisse empilhar 150 cartas e cartões, que continham o carimbo dos correios do Reino Unido, da
Alemanha, dos Estados Unidos e da China.
Embora todas as cartas fossem endereçadas a ele pelo nome, Brian afirmou que ele não conhecia nenhuma dessas pessoas que haviam escrito, com o intuito de dizer-lhe que estavam orando por ele.
Ele contou aos amigos que estava chocado, mas "tão feliz" em receber tantas cartas em um só dia. Nenhum de seus companheiros de prisão receberam carta alguma enquanto estavam na prisão, afirmou ele. Um deles comentou, "Você quebrou o recorde da prisão de Al-Hair".
"Eu estou confiante que o Senhor reverterá esta confusão em uma bela mensagem e a minha provação em um testemunho", disse Brian a um visitante na semana passada.
Embora os oficiais do governo saudita aleguem exercitar a "tolerância prática" em relação aos não-muçulmanos que adoram privadamente nas suas casas em termos legais, a liberdade religiosa não existe dentro do reino.
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