Um cidadão norte-americano foi deportado do Cazaquistão e multado por pregar em uma reunião de jovens feita na Igreja Batista Primavera das Águas, no leste do país.
Sete policiais participaram secretamente de um culto jovem realizado nessa igreja batista, localizada na cidade de Oskemen, em agosto. Eles filmaram um dos membros mais antigos, Dan Ballast, participando de um debate bíblico.
Dan Ballast, cidadão norte-americano, foi multado e recebeu uma ordem de deportação. Depois de pagar a multa, Dan deixou o Cazaquistão em 22 de novembro.
Um membro da congregação disse: Dan era membro da igreja havia 11 anos. Mas, nos disseram que, como estrangeiro, ele não podia ensinar, e nem mesmo falar, na igreja. Nós fomos interrogados durante uma hora e meia, depois do culto. Nós lhes dissemos que não queríamos violar a lei".
Dan foi acusado de "realizar uma função diferente da que consta de seu visto". A multa imposta foi no valor de 320 dólares, cerca de três salários médios no Cazaquistão.
Um amigo de Dan insistiu que, como membro da igreja, Dan tinha todo o direito de fazer parte da vida religiosa da comunidade a qual ele pertencia sem importar qual é sua nacionalidade. Parece que esqueceram de explicar ao governo cazaque que os cidadãos e os residentes têm direitos, a despeito de sua profissão."
Os membros da congregação ressaltaram que a igreja, não ligada à União Batista do Cazaquistão, tem registro do Estado e nunca encontrou problemas.
Longo interrogatório
Compareceram cerca de 60 pessoas ao culto jovem, realizado em 20 de agosto. Dan se levantou para falar em meio a um debate sobre várias passagens bíblicas.
Um dos membros da igreja disse que os policiais devem ter sabido do culto através de algum telefonema. "Alguém deve ter telefonado para eles. Essas coisas acontecem aqui."
Depois do culto, os mesmos policiais que filmaram Dan interrogaram o pastor e os membros da congregação por uma hora e meia. Eles forçaram as pessoas a assinarem um depoimento que dizia que Dan havia pregado. No dia seguinte, ele foi intimado à promotoria da cidade e foi interrogado por três horas.
Os promotores queriam acusar Dan de trabalhar como missionário" não-registrado junto às autoridades da cidade. Mas, alguns dias mais tarde, os promotores de justiça desistiram do caso e mandaram os documentos para a Polícia de Migração, para ver se eles encontravam alguma forma de punir Dan.
Dan recebeu ordens para se reportar à Polícia de Migração cinco vezes em seis semanas. Por fim, foi aberto um caso formal, afirmando que ele havia violado os termos de seu visto. Também se afirmou que a lei requeria que a pessoa se engajasse apenas nas atividades descritas no seu visto.
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