Em um veredicto arbitrário divulgado na semana passada pela justiça saudita, o prisioneiro cristão Brian OConnor foi condenado por suposto porte e venda de álcool num país estritamente muçulmano.
Sem qualquer explicação, a justiça islâmica em Riyadh ignorou a acusação prévia de OConnor difundir o cristianismo, sob a qual ele está preso por sete meses. Ao invés disso, em 20 de outubro, o índiano foi condenado a mais três meses de prisão juntamente com uma punição de trezentos açoites por acusações relativas a bebidas alcoólicas.
Contudo, OConnor não aceitou o veredicto, declarando à corte que ele não era culpado de crime algum. Quando ele recusou aceitar e assinar o veredicto, a corte concedeu-lhe dez dias para ele repensar sua decisão.
OConnor novamente rejeitou, insistindo que ele não alteraria sua decisão. O juiz, então, o advertiu que sua recusa faria com que seu caso fosse remetido para uma corte superior. Foi-lhe dito que tal processo de apelação protelará muito mais a decisão de seu caso que, possivelmente, resultará em uma pena ainda mais severa, se ele for encontrado culpado.
Preso em 25 de março, OConnor foi, primeiramente, levado à corte em 15 de setembro quando ele foi informado que três acusações formais haviam sido arquivadas contra ele.
Naquela época, OConnor foi informado que a muttawa (polícia religiosa
muçulmana) que o deteve havia lhe acusado de portar 12 garrafas de bebida alcoólica juntamente com evidências de que ele vendia álcool. Um grupo de sete muttawas levou OConnor à força à rua Riyadh e o torturou, severamente, antes de entregá-lo em uma delegacia local. OConnor está encarcerado na Penitenciária Al Hair de Riyadh desde 04 de abril.
Uma segunda acusação registrada no documento oficial declarou que ele possuía filmes pornográficos enquanto a terceira acusação declarava que OConnor possuía Bíblias e pregava o cristianismo.
De acordo com a evidência mencionada na audiência da semana passada, 800 rials sauditas (equivalente a $213 dólares) foram encontrados em seu bolso no momento de sua detenção. Os muttawas alegaram que os números destas contas igualaram-se com os números registrados por um agente secreto que havia comprado 12 garrafas de bebida alcoólica de OConnor em uma operação de investigação planejada.
Quando OConnor perguntou à corte se sua impressão digital fora encontrada nas notas que a polícia alegou estar em seu bolso, a corte lhe falou que a Arábia Saudita não possuía nenhum sistema para verificar a impressão digital. O juiz continuou a afirmar que não há necessidade em verificar impressões digitais, já que os muttawas que testemunharam contra ele foram funcionários do governo e não há necessidade de examinar as declarações de tais pessoas respeitáveis e
idosas.
Através de um intérprete oficial, o índiano cristão lembrou a corte que ele foi informado, na sua primeira audiência no mês passado, que os muttawas que os acusaram estariam presentes na corte, na audiência seguinte. Entretanto, a corte lhe falou que seus acusadores foram chamados a uma audiência separada para registrar suas declarações.
Durante a primeira audiência, em 15 de setembro, OConnor havia se defendido, minuciosamente, a respeito de sua posse de Bíblias e vídeos cristãos em inglês. O índiano disse que ele havia comprado as Bíblias no país para seu uso pessoal há seis anos, quando ele chegou da Índia. Ele, também, tinha uma cópia da Bíblia em seu computador, novamente, para seu uso pessoal, afirmou ele.
A maior parte dos 160 vídeos em sua casa eram filmes relacionados à Bíblia e sermãos, muitos deles feitos através de downloads de um canal cristão de TV por satélite, afirmou ele, e, nenhum deles, com conteúdo moral questionável.
Cristãos na Arábia Saudita são, plenamente, a favor das declarações de Brian, o grupo cristão de advocacia Preocupação pelo Oriente Médio (Middle East Concern), observou em uma divulgação ontem. Embora OConnor tenha, firmemente, negado as acusações de porte de bebidas alcoólicas e de pornografia, ele admitiu, voluntariamente, adorar com outros cristãos em sua casa.
Quando ele foi questionado sobre conduzir reuniões ilegais de adoração em sua casa, OConnor falou à corte que ele havia lido uma declaração pública de um funcionário governamental da família real declarando que o reino saudita não interferia na fé pessoal de milhares de não-muçulmanos que trabalham no país.
Em um artigo no jornal Arab News, em Jeddah, no dia 9 de abril de 2003, a seguinte manchete foi publicada Não-muçulmanos Têm Liberdade para Praticar sua Fé Individualmente, afirmou o ministro do Interior, deputado e príncipe Ahmad, Nós não interferimos nos assuntos de outros países e não permitimos que ninguém faça nada contrário ao Islamismo. As pessoas são livres para praticar suas crenças religiosas em casa e individualmente.
Com base nesta declaração, OConnor disse que ele acreditava que era legal para ele liderar um grupo de estudo bíblico com outros cristãos deportados de várias nacionalidades, e que ele somente tinha iniciado as reuniões após ler os comentários do ministro. A corte negou que este fosse um entendimento correto da lei saudita, mas solicitou que OConnor apresentasse o artigo para ser examinado.
OConnor havia trabalhado como agente de cargas da companhia aérea Saudia Airlines, no aeroporto Riyadh, durante seis anos, antes de sua detenção.
Sob o cumprimento da lei islâmica da Arábia Saudita, não há garantia que os réus tenham acesso a um advogado e o acesso público é raramente permitido a audiências de julgamentos.
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