O oficial que é responsável por expulsar os fiéis da mesquita de Juma concordou que a tarefa não será das mais agradáveis, mas disse ao Forum18 que irá cumprir a decisão da Corte. O parecer da Corte ainda não nos foi entregue, mas quando chegar até nós, teremos que tomar medidas, disse ao Forum18 Nurdin Mustafaev, executor da corte do distrito de Sabayil em Baku, capital do país. A Corte é a Corte e não temos que discutir seus pareceres. Ele recusou a dizer como irá expulsar esses muçulmanos, mas rejeitou usar o termo expulsão, que é o que vai acontecer com esses fiéis, preferindo usar a palavra retirada.
Essas autoridades agora podem nos expulsar a qualquer momento, o imã da Mesquita Shia, Ilgar Ibrahimoglu Allahverdiev, disse ao Forum18. De fato, os últimos pareceres significam que terão o dever de agirem imediatamente. Entretanto, ele manteve a opinião que as autoridades temerão agir de tal forma devido possíveis repercussões ao redor do mundo. Compramos flores para estarmos de prontidão caso eles apareçam, acrescentou ele. Não iremos reagir de volta com violência. Iremos apenas defender nossos direitos de maneira pacífica.
No dia 22 de abril o juizado da Corte, liderado por Maisa Huseynova, manteve o parecer da Corte do distrito de Sabayil do dia primeiro de março de que a comunidade da mesquita de Juma deveria se retirar imediatamente depois de doze anos de uso. O processo foi arquivado pela reserva arquitetônica e histórica Ichari Sahar, que quer que a mesquita volte a funcionar como um museu de carpetes como nos tempos soviéticos. Essa instituição argumentou que a mesquita é um monumento arquitetônico e, portanto, a comunidade passa a ocupa-la de maneira ilegal.
Entretanto, membros da comunidade rejeitam esta exigência. Não relacionamos nosso templo como sendo um monumento arquitetônico, mas sim como um lugar de adoração, disse ao Forum18 Ilgar. A mesquita de Juma foi construída por fiéis religiosos como um lugar de oração - mesmo antes do islã chegar nesta região as pessoas a utilizavam como local de oração. Ele insistiu que a decisão da corte foi uma violação dos direitos da comunidade dessa mesquita, às leis do Azerbaidjão e à sua constituição. Foi sim uma decisão política.
Quem também condenou o último parecer da Corte foi o embaixador Steinar Gil, da Embaixada Real Norueguesa que estava presente no dia da audiência. O resultado não foi o que estávamos esperando, disse ele ao Forum18. . Nas audiências anteriores havia indícios de que o parecer final fosse ser diferente. Ele disse que a decisão de expulsar os fiéis da mesquita viola a carta e o espírito internacional da convenção que o Azerbaidjão assinou, acrescentando que ele achou difícil determinar o que as autoridades esperam alcançar em expulsar a comunidade de lá.
Ilgar ressaltou o que ele relaciona como fracasso das autoridades de Ichari Sahar para proteger outros monumentos no centro velho da cidade, onde muitos prédios históricos estão em condições precárias precisando de reformas. Todos os regulamentos do centro velho estão sendo violados, afirmou ele. Com exceção de nossa mesquita, nenhuma das vinte mesquitas históricas no centro velho estão funcionando. Nenhuma delas é tratada como monumento histórico.
Em contraste, continuou ele, a comunidade da mesquita de Juma renovou seu prédio histórico por mais de uma vez nos últimos doze anos, unicamente com recursos dos próprios fiéis. Nós prezamos o templo em que nos reunimos, disse ao Forum18 Ilgar. O embaixador norueguês confirmou ao Forum18 que ele crê que o prédio - que fica perto de sua embaixada - está sendo bem cuidado pela comunidade.
O norueguês ainda ressaltou várias objeções que as autoridades deram nos últimos meses para a comunidade da mesquita, que se recusou a estar debaixo da jurisdição do Corpo Diretivo Caucasiano Muçulmano, deixando de obter o registro com o Comitê do Estado para o Trabalho com Organizações Religiosas, liderado por Ilgar, que é tratado como persona non grata pelas autoridades governamentais, mas que concederam uma suspensão de sua sentença de cinco anos no dia dois de abril em retaliação à sua obra em luta pela liberdade religiosa.
Ilgar trabalha em prol dos direitos religiosos tanto para muçulmanos como para cristãos. O embaixador norueguês acredita que todas as três acusações estão além da autoridade do governo. Por que é tão importante ter todos os muçulmanos debaixo do mesmo guarda chuva?, indagou ele. Eles não têm o direito fazer tal exigência. Ele observou ainda que a mesquita tem entrado com pedido de registro, mas o Comitê tem deixado de processar os pedidos. Ele repudiou as tentativas do governo de tentar selecionar ou impor seus próprios líderes dentro das comunidades religiosas.
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