Um muçulmano paquistanês, acusado de blasfêmia, foi julgado e condenado à morte na terça-feira, 24 de junho, por supostamente ter profanado o Alcorão. O caso foi observado com muita atenção pela minoria cristã, que vez ou outra enfrenta a mesma acusação e pode vir a sofrer a mesma condenação.
Shafiq Latif estava detido na cidade de Sialkot, na província de Pendjab, desde março de 2006, com base na controversa legislação antiblasfêmia. Latif foi acusado pela polícia de profanar cópias do Alcorão, o livro considerado por muçulmanos como sagrado. De acordo com a acusação, ele teria rasgado uma página e jogado-a no lixo.
Ele ainda teria usado palavras descritas como “indesculpáveis” para desgraçar o profeta Maomé, mesmo depois de a polícia iniciar os trâmites para prendê-lo. O juiz que presidiu o julgamento em Sialkot disse que o veredicto foi baseado na lei islâmica.
Além de ser condenado à morte, ele foi multado em 500 mil rúpias paquistanesas (cerca de R$ 12 mil). “Depois de minha decisão, na semana passada, fiquei sem dormir durante vários dias e noites”, disse o juiz, Sohaib Ahmad Rumi.
Do lado de fora do tribunal, uma multidão aguardava a decisão com bandeiras e cartazes dando apoio à execução. Muitos exigiam a morte de Shafiq Latif.
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