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Comunismo chinês X religião

Como levar em conta a política de regime comunistade repressão contra religiões? Certamente, um fator maior pode ser encontrado naideologia comunista. A natureza ateísta do comunismo assegura que orelacionamento do regime com organizações religiosas é antagônico. Como umapolítica oficial codificada em vários documentos e partidos, o Partido Comunistaimpede membros de aderir a qualquer religião ou crença ou participar deatividades religiosas.

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Das ideologias mais radicais do Partido Comunista mantém-se aopinião que o Comunismo e a religião são totalmente opostos. Esse ponto de vistafundamental está refletido na mídia oficial e em discussões dentro do PartidoComunista do estado. Em novembro do ano passado, um estudante contribuiu comum artigo no Diário do Povo, jornal que faz parte do Partido Comunista,intitulado Um Estudo Histórico da Teoria e Política do Partido Comunista daRepública Popular da China Concernente à Religião. Para sustentar a oposiçãofundamental na perspectiva mundial do Marxismo e da religião, o estudanteescreveu, é claramente essencial manter a oposição da ciência e da religião.Religião é uma reflexão ilusória e inversa do mundo externo, ao passo que atarefa da ciência é compreender o mundo objetivo de acordo com a realidade,defendendo e buscando a verdade de fatos e indo atrás da verdadeobjetiva.

Realmente, muitas ideologias continuam a ver a religião atravésda estrutura marxista, argumentando que o problema da religião desapareceria,uma vez que o fruto da modernização econômica ocuparia mais espaço.

Ainda assim, mesmo que o partido do estado continue a pagarserviço às ideologias, também fica claro que um número crescente de partidos eoficiais do estado e intelectuais, está menos confortável do que antes sobreserem observados a aderirem a tal posição ideológica radical. Entretanto, aselites regentes não estão substituindo sua fé no Comunismo com novas crençasreligiosas. O estado continua a ver a religião com considerável hostilidade. Adiferença agora é que tal hostilidade é posta em termos mais brandos.

Em dezembro de 2001, o governo central realizou sua primeiraconferência nacional de relações e obras religiosas depois de uma década. JiangZemin, chefe do Partido Comunista e o presidente da China, passaram observaçõesimportantes reconhecendo que a religião continuará a existir na China e nomundo. De forma cautelosa contra a subestimação que o impacto da religião temcausado no desenvolvimento econômico, social e político da China, ele convocouao fortalecimento do partido do estado em relações religiosas. Zhu Rongli quefoi um dos três maiores líderes do Partido Comunista e o premier acompanharam asobservações de Jiang com comentários mais severos, conclamando todos para umalinha dura contra cerimônias religiosas e atividades ilegaisreligiosas.

Esses recentes comentários desses líderes sugerem que há outrasdimensões do porque o Partido Comunista se opor de forma tão fundamentalista àatividades e organizações religiosas. Deixado de lado a ideologia, as razõespráticas podem explicar a política do estado. O Partido Comunista é conhecidocomo um partido de massa: sua habilidade de mobilizar as massas, particularmenteos camponeses, foi ingrediente chave para seu sucesso em alcançar o poderpolítico. Sua habilidade de manter o poder, portanto, deve estar necessariamentebaseada em sua capacidade de reter o controle isolado deste mecanismo demobilização.

Nas duas décadas desde que Deng deu início a liberaçãoeconômica e a reabertura à comunidade internacional, a religião tem seestabelecido e religiosos estão crescendo. Fontes não governamentais estimam quesomente os cristãos protestantes podem chegar aos oitenta milhões, ou seja,perto dos 10% da população chinesa. Praticantes do Falun Gong contam com mais oumenos o mesmo número. Até mesmo as estimativas conservadoras do estado indicamque há pelo menos cem milhões de fiéis de todas as crenças na China, incluindoreligiões como as do Tibet e Xinjiang, onde muitos residentes de regiõesportuárias carregam um forte sentimento anti-chinês.

Independente do número atual, não devemos ficar surpresos deque o partido está preocupado sobre o impacto que a religião possui nodesenvolvimento da China ou, sendo mais específico, no desenvolvimento doPartido Comunista. O partido do governo não ignorará outras organizações que têmdemonstrado capacidade de mobilizar as massas de maneira eficaz. Por essa razão,a liderança debaixo de Jiang ficou chocada e incomodada que dez mil seguidoresda Falun Gong poderiam subitamente aparecer no partido.

Para piorar, esses pacifistas apareceram precisamente no mesmolugar em que os estudantes tinham iniciado suas apelações há exatos dez anos.Existe também uma mudança irônica nos grupos de emergência como a Falun Gong. Nofinal dos anos oitenta, em uma campanha para mobilizar a cultura indígena emface da população espiritual estrangeira, o governo promoveu ativamente aqigong, uma forma de exercícios chineses e princípios em que é fornecida umabase para uma emergência posterior da Falun Gong. O estado fez pouco paraperceber então que essas organizações, no final das contas, iriam adquirir umaatitude independente do estado.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/Artigos/2004/04/noticia811/


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