Nas terras de Cirene, onde morava Simão, aquele que carregou a cruz de Jesus conforme descreve a Bíblia, região onde hoje é a atual Líbia, sabe-se que os cristãos vivem em extrema perseguição. A nação que ocupa o 10º lugar na atual Classificação da Perseguição Religiosa, apesar de sua longa herança cristã, hoje está praticamente dominada pela presença do islã, que não permite nenhuma forma de evangelismo e a simples menção do nome de Cristo é o motivo que faz disparar a ira e a violência contra seus seguidores.
Depois que a Primavera Árabe se alastrou também como uma tempestade destrutiva sobre a Líbia, e o ex-presidente Gadaffi foi morto em sua terra, se tornou ainda mais difícil a entrada de ocidentais no país. Não há igrejas disponíveis para a reunião dos cristãos que sobreviveram lá, o que há são cristãos espalhados, escondidos e que vivem sua fé de maneira secreta. As estatísticas falam de 20 e 25 mil cristãos, mas não é possível saber sobre os novos convertidos, principalmente depois de 2014, quando o grupo extremista Estado Islâmico se instaurou e ganhou apoio de outras facções islâmicas. A questão é: como vivem nossos irmãos líbios?
As notícias mostram um cenário cada vez mais violento e uma política agressiva, com praticamente três governos lutando entre si pelo poder. O maior número de cristãos é de estrangeiros, africanos subsaarianos ou egípcios que estão tentando ganhar a vida no país. Trata-se de uma igreja jovem e pequena, da qual a Portas Abertas conseguiu ter acesso apenas a 150 membros, e em grande sigilo. Eles se reúnem em igrejas domésticas, são muito hostilizados pela sociedade e, tratados como “estranhos” pela própria família. Há relatos de um jovem de 18 anos que se converteu recentemente e seus pais o enviaram a uma clínica psiquiátrica. Esse caso é como uma “brecha na parede” que nos faz ter só uma ideia de como os cristãos são reconhecidos na Líbia.
Além disso, eles enfrentam uma grande pobreza, falta de emprego por causa da discriminação e, normalmente, vivem unidos em imóveis alugados, o que os torna ainda mais vulneráveis. O grupo de cristãos etíopes que foram mortos em uma praia da Líbia, no ano passado, era de migrantes que compartilhavam a mesma casa. A matéria Estado Islâmico executa cristãos etíopes, divulgada na época, fornece outros detalhes. De lá para cá, a Líbia se tornou um lugar ainda mais perigoso e hostil para a igreja de Cristo. Mesmo assim, ainda há pessoas que se decidem pelo cristianismo e não olham para o risco, mas se convertem confiando no Senhor e nas orações de sua nova família em Jesus.
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