O regime comunista da China está intensificando a repressão contra as congregações cristãs em Pequim e várias províncias. Além da retirada de cruzes, fechou igrejas – tendo demolido algumas – queimou Bíblias, prendeu pastores e ordenou que fiéis assinem documentos renunciando à sua fé.
A China Aid, missão evangélica que monitora a liberdade religiosa na China, vem denunciando há anos as tentativas do Partido Comunista em promover o ateísmo e censurar as manifestações religiosas não só de cristãos, mas também de muçulmanos e outras minorias. O budismo recebe maior tolerância.
A motivação da perseguição seria exigir a lealdade ao Partido Comunista e eliminar “qualquer desafio ao seu poder sobre a vida das pessoas”.
Bob Fu, presidente da China Aid, afirma que o fechamento de igrejas nas últimas semanas representam uma “escalada significativa” da repressão. “A comunidade internacional deve ficar alarmada e indignada com essa flagrante violação da liberdade de religião e crença”, escreveu ele em um comunicado à imprensa.
Ele lembra que, sob o presidente Xi Jinping, o líder mais poderoso da China desde Mao Tsé-Tung, os religiosos estão sofrendo “a mais sistemática supressão sistemática do cristianismo no país desde que a liberdade religiosa foi garantida pela constituição chinesa de 1982”.
Fu também vem divulgando um vídeo de pilhas de Bíblias em chamas sendo queimadas em público dia 5 de setembro.
O líder evangélico diz que a tentativa do governo em fazer os cristãos renunciarem à sua fé inclui ameaças de expulsão da escola dos filhos e a perda de benefícios sociais. A missão já divulgou em seu site tentativas de fazer com que a Organização das Nações Unidas tome ciência sobre a violação de direitos humanos no país, mas sem sucesso.
O caso mais recente foi a tentativa de impedir a deportação de pastores que tentavam buscar asilo na Nova Zelândia.
Um pastor da cidade de Henan, ligado à China Aid, e que não quer se identificar por questões de segurança, explica que a lei chinesa permite que os cidadãos participem de cultos e missas somente em “congregações registradas junto ao governo”, mas que a maioria dos cristãos do país pertencem às chamadas igrejas domésticas, grupos que se reúnem nas casas.
Já o pastor Ezra Jin Mingri, que lidera a igreja Monte Sião, em Pequim, disse que no último domingo, cerca de 60 funcionários do governo chegaram em carros da polícia e caminhão de bombeiros. Eles fecharam sua igreja, a maior das igrejas não regulamentadas de Pequim, com seis congregações.
Declararam que suas reuniões eram ilegais, fecharam o templo. Ele teve seus bens pessoais congelados, em uma tentativa de forçá-lo a ceder às exigências. Mas ele se negou. “As igrejas continuarão a crescer. Fechar as igrejas só intensificará os conflitos”, afirmou Jin.
Oficialmente, a China tem cerca de 38 milhões de evangélicos, mas especialistas garantem que o número passa de 100 milhões, o que faria o país ter a maior população cristã do mundo.
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