Cerca de 200 muçulmanos, grupo que integra uma nova onda migratória de islâmicos para o Brasil, estão vivendo em Rolândia, no norte do Paraná – uma pequena cidade com pouco mais de 60 mil habitantes, colonizada por alemães.
Nos últimos cinco anos, a mudança de islâmicos para pequenas cidades do Paraná já provocou a abertura de pelo menos nove mesquitas e casas de oração. O estado já é o segundo em templos muçulmanos no Brasil, atrás apenas de São Paulo.
Os novos islâmicos são na maioria homens, com idades entre 20 e 30, e trabalham com empenho. São de países africanos e asiáticos, como Bangladesh, Paquistão e Gana, que dizem estar fugindo da instabilidade política ou da pobreza.
Muitos afirmam que chegaram ao Brasil por meio de coiotes, que anunciavam salários de até R$ 5 mil em Bangladesh. Ao chegar no País, não encontraram os empregos imediatos. Depois de pedirem ajuda, recebem salários entre R$ 1.000 e R$ 1.500 ao mês. Hoje, dizem que o Brasil é a sua casa. A maioria recebeu visto de permanência definitiva do governo federal.
‘Deus é maior’
Muitos muçulmanos encontram empregos em frigoríficos com abate halal – um método que respeita normas muçulmanas para matar o animal –, em cidades como Rolândia. A concentração de frigoríficos halal, que exporta para países muçulmanos, vem aumentando no norte do Paraná.
Antes do abate manual de frangos, é obrigatório dizer: "Em nome de deus, deus é maior". No islamismo, deus é Alá.
Muitos moram juntos e dividem o aluguel em até seis pessoas. Juntos, fazem as cinco orações diárias que prega o Alcorão em tapetinhos, colocados em casa. Durante as orações, devem estar voltados a direção da cidade de Meca, na Arábia Saudita, e para encontra-la usam a bússola do celular.
Novos pais brasileiros
Alguns brasileiros ajudam os jovens recém-chegados com comida, roupa, emprego e em alguns casos, com a própria casa.
Um dos pedidos constantes dos estrangeiros é que os novos ‘pais brasileiros’ arrumem namoradas para eles, a fim de darem continuidade a sua descendência no país. Pela tradição muçulmana, a família do noivo é quem escolhe a pretendente.
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