Há sinais de que o secularismo na política turca esteja se tornando algo do passado. O islã está retomando seu lugar entre os políticos e o governo parece estar cada vez mais convicto das tradições do Oriente Médio. Dessa forma, a vida dos não-muçulmanos pode se tornar ainda mais difícil, em especial, a dos cristãos. Ocupando a 45ª posição na atual Classificação da Perseguição Religiosa, a Turquia tem uma forte presença do islamismo radical, vários conflitos étnicos e o cenário político parece estar mudando para pior.
O escritor e jornalista turco, Mustafa Akyol, colaborador do New York Times, que sempre criticou o extremismo islâmico, agora focado nas mudanças significativas governamentais de seu país, alertou em seus textos que não se deve “explorar a religião” para fins políticos. Um tempo atrás, ele criticou os símbolos religiosos em espaço público, como por exemplo, o véu islâmico. Na ocasião, o próprio governo, representado pelo Partido Republicano do Povo (em turco, Cumhuriyet Halk Partisi – CHP), aderia também a esses pensamentos.
Hoje, porém, a liderança política apoia as mulheres que vestem o hijab e até incentiva seu uso na hora de conseguir um emprego público. Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia desde 2002, tem comandado o país com braço de ferro, enfrentando até mesmo os grupos militares, rivais políticos e a própria imprensa. Cercado de políticos conservadores com suas credencias islâmicas, ele tem apoiado os valores dos muçulmanos e, inclusive, tem citado o profeta Maomé em seus discursos. Ore por essa nação.
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