Um júri popular, formado por sete pessoas escolhidas na sociedade vai julgar Lindemberg Fernandes Alves, acusado de matar a ex-namorada, Eloá Pimentel. A decisão foi tomada ontem, depois que 14 testemunhas foram ouvidas no fórum de Santo André, na Grande São Paulo.
Nayara Silva foi a primeira a prestar depoimento, sem a presença de Lindemberg. Ana Cristina Pimentel, a mãe de Eloá, jovem assassinada aos 15 anos de idade, acompanhou a audiência, emocionada.
“Eu perdi uma filha que era maravilhosa na minha vida, nada paga. É difícil, cada dia fica mais difícil na minha vida”, comenta Ana Cristina Pimentel.
Ela disse que queria olhar nos olhos de Lindemberg, “para ter certeza de tudo o que ele fez, porque eu o tratava como filho, ele era praticamente da minha família”.
Os crimes foram cometidos em outubro do ano passado. Inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o apartamento da ex-namorada, Eloá Pimentel. Nayara Silva e dois amigos que estavam com ela também foram feitos reféns. Os dois rapazes foram soltos ao longo das negociações. Nayara saiu, mas voltou ao apartamento e foi novamente rendida. Ela estava com Eloá no momento em que foi morta, após cinco dias de sequestro.
Três policiais da Força Tática da PM, que participaram da operação, estavam entre as testemunhas. Um deles disse como virou alvo de Lindemberg: “Ele pediu para que eu aparecesse para negociar com ele. Foi o momento em que ele efetuou o disparo”.
Orientado pelos advogados de defesa, Lindemberg declarou que preferia permanecer calado durante o interrogatório. Depois disso, o juiz José Carlos de França Carvalho Neto decidiu. O réu vai ser julgado por um júri popular.
A defesa recorreu. Alegou que os direitos de Lindemberg não foram respeitados.
“Faltam elementos no processo pra que a defesa possa instruir o cliente antes de ele ser interrogado. A defesa insistiu com o juiz para que fosse juntado aos autos esses esclarecimentos faltantes”, explica o advogado de defesa Edson Pereira da Silva.
O Ministério Público acredita que a decisão do juiz não será mudada.
“Esse recurso da defesa vai ser inclusive benéfico para o Ministério Público mostrar decisão é perfeita e é correta”, aponta o promotor de justiça Antonio Nobre Folgado.
Mas ele calcula que o recurso da defesa deve adiar o julgamento.
“Mais um ano, no começo de 2010, será julgado”, prevê o promotor.
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