Casal de missionários tem filho trocado na maternidade
Religiosos denunciam rede de tráfico de crianças
A salvadorenha Mercedes Casanellas e o britânico Richard Cushworth são casados e trabalham com missionários em El Salvador há anos. Porém, acabaram saindo do país para tentar solucionar um grande drama.
Há mais de três meses eles tentam recuperar seu filho, que afirmam ter sido trocado na maternidade. O parto foi realizado em uma clínica particular na capital salvadorenha. Mas desde o primeiro dia, Mercedes afirmava que a criança que recebera não era seu filho.
A clínica insistia que sim e ela levou o bebê Jacob para casa. Decidiram voltar para os Estados Unidos, onde moravam. Lá, um teste de DNA confirmou as suspeitas de que a criança tinha 0% de chance de ser seu filho biológico.
Decidiram então voltar a El Salvador e iniciaram uma longa briga na Justiça. O caso foi parar nas mãos do Procurador Geral da República. Além disso, os missionários denunciaram o caso publicamente.
A clínico Centro Ginecológico sempre negou que tivesse ocorrido qualquer troca. Porém, o médico que realizou o parto, Alejandro Guidos, acabou preso como parte da investigação. Para os missionários a troca podia ser parte de uma rede de tráfico de crianças.
Em uma audiência na semana passada, Guidos foi confrontado, e continuou negando tudo. Somente na terça (8), durante outra audiência a portas fechadas na sede da Procuradoria Geral da República, os bebês foram destrocados. Jacob voltou para seus pais biológicos, enquanto Mercedes e Richard finalmente conheceram seu filho, a quem chamarão de Moses.
Entre as acusações dos missionários está o fato de que a mãe recebeu uma ligação do médico dizendo que era preciso realizar uma cesárea de emergência.
Richard estava viajando e não acompanhou o parto. Uma foto tirada por um amigo da família poucos minutos depois do nascimento de Moses mostra um bebê de pele bem clara. Horas depois, quando Mercedes foi amamentar pela primeira vez, trouxeram-lhe um bebê de pele mais escura e com traços faciais diferentes.
Ela questionou e o médico defendeu que essas mudanças nas características faciais eram “comuns nas primeiras horas depois do nascimento”.
À imprensa, Mercedes disse que jamais suspeitara do médico, com quem realizou exames e consultas durante seis meses de sua gravidez. Durante todo esse processo, ela disse que começou a lembrar de atitudes ‘incomuns’, como uma atenção demasiada.
“O doutor Guidos era a única pessoa que sabia que meu marido era britânico e que estaria fora do país durante um mês”, explicou. Acredita ainda que o médico sempre soube o paradeiro de Moses, pois após sua prisão soube localizá-lo em pouco tempo.
Agora que o sofrimento chegou ao fim os missionários agradecem a Deus por terem um final feliz. “É uma resposta de nossas orações”, afirmou um dos familiares.
A justiça ordenou que os dois bebes realizassem testes de DNA para que não restasse dúvidas. Ainda não foi comprovado que os médicos e funcionários da clínica faziam parte de uma rede de tráfico internacional de crianças, como afirmam os missionários.
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