A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York na última sexta-feira (30) aprovou seis resoluções anti-Israel, incluindo duas que ignoram os laços do povo judeu com o Monte do Templo, em Jerusalém.
A principal resolução sobre Jerusalém, aprovada com 148 votos a favor, 11 contra e 14 abstenções, também negava que Israel tem a soberania sobre Jerusalém, que declara ser sua capital.
A outra resolução, que tratava do conflito de Israel com os palestinos, tratou do Monte do Templo – local mais sagrado para os judeus – apenas pelo nome dado a ele pelos muçulmanos: al-Haram al-Sharif [Nobre Santuário].
Uma terceira resolução determinava que Israel se retirasse das colinas de Golã, que ficam na fronteira do Estado judeu com a Síria.
Ao todo, foram 20 resoluções da ONU contra Israel somente em 2018. Na maioria delas, o Brasil votou em favor dos textos propostos por países muçulmanos. Os únicos países contrários a elas foram EUA, Canadá e Austrália.
Embora o presidente eleito Jair Bolsonaro repetidas vezes tenha se manifestados pró-Israel e prometido uma melhora significativa na relação bilateral, o governo de Michel Temer mantém a mesma posição que vinha sido defendida pelo PT. As relação entre os dois países está estremecida desde 2010, quando o ex-presidente Lula determinou o reconhecimento da Palestina como nação e se agravou em 2014, quando Dilma Rousseff defendeu Gaza e no ano seguinte recusou a indicação do embaixador israelense no Brasil.
Falando ao Jerusalém Post, Noa Furman, que faz parte da delegação de Israel na ONU, classificou como “vergonhosa” as resoluções da ONU contra seu país. Ela diz que as mais preocupantes são aquelas que ignoram os laços históricos de religiosos de judeus e cristãos com o Monte do Templo.
“Essa omissão foi deliberada. Fica claro que mais uma vez se reforça a recusa palestina em reconhecer a conexão histórica comprovada entre o judaísmo e o cristianismo com o Monte do Templo, e Jerusalém como um todo”, assegura. Para Furman, “A comunidade internacional deve parar de participar dessa negação descarada da história. Não podemos permitir essas tentativas descaradas de deslegitimar Israel”.
Por sua vez, o embaixador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) nas Nações Unidas, Riyad Mansour, agradeceu aos Estados-membros da ONU pelo seu apoio à solução de dois Estados para o conflito, ressaltando que Jerusalém deveria ser reconhecida como capital do Estado Palestino. O diplomata defende que somente quando isso ocorrer haverá “paz duradoura” na região.
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