A história entre Davi e o gigante Golias foi o tema de uma reunião entre os jogadores evangélicos do Brasil antes da final da Copa América, neste domingo, contra a Argentina.
O tema foi escolhido pelo pastor Anselmo Reichardt, que ministra cursos de teologia e psicologia para a seleção brasileira desde 2002. “Tem muitos temas que poderiam se usados na nossa reunião, mas o melhor é Davi e Golias”, disse à Reuters o pastor e ex-jogador de futebol.
Para ele, a história se aplica perfeitamente ao confronto deste domingo em Maracaibo. O pastor considera a Argentina favorita ao título, como Golias, enquanto o Brasil seria um representante de Davi.
“O favorito na batalha do Evangelho era o Golias, enquanto o rei Davi era pequeno, mais fraco e inferior ao adversário. Mas ele tinha a maior força de todas, a de Deus… Assim como Davi, a seleção não é favorita na final, mas tem de acreditar na força do trabalho e na ajuda divina contra o Golias Argentina”, acrescentou Reichardt.
O capelão de 48 anos, que jogou como ponta direita de times como Coritiba e Atlético do Paraná, reconhece o maior poder do time argentino, mas põe fé no Brasil e crê numa vitória por 2 a 1. “Vamos precisar da ajuda de Deus para ganhar. Será um jogo muito difícil, mas para Deus nada é impossível”, afirmou.
A Argentina está invicta na Copa América e tem 100 por cento de aproveitamento. O Brasil, sem suas principais estrelas, ainda não convenceu na competição.
Os cultos evangélicos na Copa América foram organizados pelo jogador Mineiro, um dos principais representantes da religião na seleção. Outros jogadores como Gilberto, Alex, Josué e Elano também participaram da oração no hotel da seleção em Maracaibo.
RUMO AO PAN
O auxiliar técnico da seleção brasileira, Jorginho, que desde a década de 1980 segue a religião evangélica, não participa das reuniões, mas conversa com o pastor Anselmo.
“O Jorginho não participa para deixarmos os jogadores à vontade. Não queremos criar constrangimento. Minhas orações com o Jorginho são feitas por fora. Passo a ele o clima dos jogadores e o que eles estão sentindo”, disse o pastor.
Segundo ele, os jogadores da seleção brasileira têm demonstrado cansaço e monotonia na Copa América.
O pastor iniciou seu trabalho na seleção brasileira em 2002 e coleciona um campeonato mundial, uma Copa América e uma Copa das Confederações. Em 2006, teve sua primeira decepção na seleção.
“Tínhamos dez jogadores que participaram dos cultos em 2006. Eles eram liderados pelo Lúcio que é um dos responsáveis pelo meu trabalho na seleção. Infelizmente perdemos, mas não contesto os desígnios de Deus.”
Após a Copa América, o pastor já tem outra missão: ele viajará ao Rio de Janeiro para participar de cultos e reuniões com os atletas que participam dos Jogos Panamericanos.
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