Após o presidente Jair Bolsonaro ter telefonado ao presidente Filipe Nyusi para prestar solidariedade e oferecer apoio após a passagem do ciclone. O Brasil envia nesta sexta-feira (29) dois aviões com ajuda humanitária para Moçambique.
A finalidade é socorrer as vítimas da destruição provocada pela passagem do ciclone Idai, que afetou cerca de 1,85 milhão de pessoas e deixou mais de 460 mortos no país.
Os aviões militares brasileiros vão chegar à Beira neste sábado (30) com ajuda humanitária destinada às vítimas do ciclone Idai. Eles entregarão seis kits de medicamentos e insumos, totalizando 870 quilos.
Estima-se que esses materiais sejam suficientes para atender até 10 mil pessoas por 30 dias.
Nas aeronaves Hércules C-130 seguem 40 especialistas em resgate e salvamento, com experiência específica na atenção a vítimas de inundações, entre os quais equipes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, liderada pelo coordenador da operação de resgate que se seguiu ao acidente de Brumadinho.
Segundo comunicado do ministério, os kits têm antibióticos, anti-hipertensivos e antitérmicos, como penicilina, amoxicilina, paracetamol e soro para hidratação. Além de materiais de primeiros socorros, como ataduras, gazes, luvas, máscaras, seringas, esparadrapos, entre outros.
Ajuda humanitária
Desde as primeiras horas após a passagem do ciclone, O Brasil colocou à disposição do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique imagens colhidas por satélites brasileiros, como forma de auxiliar a localização de comunidades afetadas e o planejamento das operações de resgate.
Os brasileiros também têm demonstrado solidariedade aos moçambicanos, devido os laços históricos e culturais que unem os dois povos. Missionários brasileiros, como a Missão Mãos Estendidas (MME) têm socorrido e apoiado as vítimas espiritualmente.
Diversas outras instituições estão engajadas no recolhimento de ajuda humanitária. Como forma de facilitar e canalizar as doações, o governo brasileiro ofereceu às autoridades moçambicanas abrir uma conta bancária no Brasil, a ser gerida pelo Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas, por meio da qual cidadãos brasileiros possam apoiar a população moçambicana afetada pelo ciclone Idai.
A Unicef (sigla em inglês para Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas) lançou na quarta (27), um apelo para conseguir US$ 122 milhões (cerca de R$ 488 milhões) em ajuda humanitária destinada a Moçambique, Zimbábue e Malauí. Segundo a Unicef, são 3 milhões de pessoas afetadas nos três países — e cerca de metade são crianças.
De acordo com a organização, o ciclone é o pior desastre a atingir o sul da África em pelo menos duas décadas. A intenção é que a ajuda humanitária se estenda pelos próximos nove meses.
“A escala massiva da devastação causada pelo ciclone Idai está ficando mais clara a cada dia”, disse a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Fore, em visita à cidade de Beira na semana passada. “As vidas de milhões de crianças estão em risco, e nós precisamos urgentemente montar uma resposta humanitária nos três países.”
A situação nos lugares atingidos pelo ciclone deve ficar pior antes de melhorar, segundo a Unicef, à medida que mais áreas afetadas fiquem acessíveis por terra. A organização também registrou preocupação com a segurança de mulheres e crianças que estão em abrigos temporários e correndo risco de sofrer violência e abuso.
De acordo com a Unicef, mais de 869 mil pessoas foram afetadas no Malauí, incluindo 443 mil crianças e mais de 85 mil pessoas desabrigadas. No Zimbábue, foram mais de 270 mil pessoas afetadas — metade delas, crianças.
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