O número de crianças começando a educação primária cresceu muito desde 2000, há mais meninas na escola do que antes e gastos com educação e auxílio subiram. Essas são as boas notícias, de acordo com a sexta edição do Relatório de Monitoramento Global do Educação para Todos (EPT) lançado pela UNESCO no dia 29 de novembro (leia, na íntegra do relatório, informações sobre o Brasil). No entanto, o lado negativo é que os altos custos do ensino e persistentes níveis altos de analfabetismo de adultos estão prejudicando as chances da educação para todos ser atingida até 2015.
“Estamos no caminho certo, mas quando sistemas de educação se expandem, eles enfrentam desafios mais específicos e complexos”, diz Koichiro Matsuura, Diretor-Geral da UNESCO. “O relatório mais recente do EPT identifica esses desafios claramente: atingindo os mais vulneráveis e desfavorecidos, melhorando as condições de aprendizagem e aumentando o auxílio”.
“Nesse meio do caminho, a nossa avaliação tende a ser positiva, mas ainda há muito o que fazer para que as metas sejam atingidas até a data alvo de 2015. Os países e regiões mais distantes do compromisso de educação para todos avançaram muito mais rápido do que na década de 90,” diz Nicholas Burnett, diretor do relatório de 2008 e recentemente nomeado Diretor-Geral Assistente de Educação. “Boas políticas nacionais e maior gasto doméstico apoiado por auxílio externo estão claramente fazendo a diferença na vida de milhões de crianças, como por exemplo, em Burquina Fasso, Etiópia, Índia, Moçambique, República Unida da Tanzânia, Yemen e Zâmbia.”
Países onde matrículas em escolas primárias subiram muito geralmente aumentaram seus gastos com educação em relação ao PNB. Gastos públicos em educação aumentaram mais de 5% anualmente na África Sub-Sahariana, e no Sul e Oeste da Ásia, as duas regiões mais distantes em relação ao Educação para Todos.
Entre 1999 e 2005, mais 17 países atingiram a paridade de gênero na educação primária, com um número igual de meninos e meninas freqüentando a escola. Dentre esses estão inclusos Gana, Senegal, Malaui, Mauritânia e Uganda; 19 países atingiram paridade na educação secundária, dentre eles, Bolívia, Peru e Vietnam. Como conseqüência, a paridade de gênero em educação foi atingida em 63% dos países no nível primário e 37% no nível secundário em 2005.
Auxílio para a educação básica em países de baixa renda mais do que dobrou entre 2000 e 2004 antes de cair em 2005. Em 2005, países de baixa renda receberam US$ 2.3 bilhões para a educação básica, uma quantia mais alta do que os US$ 1.6 bilhões recebidos em 1999.
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