Ex-interno negou extorsão; ele disse a juiz que Lancellotti lhe deu dinheiro espontaneamente
O ex-interno da Febem Anderson Batista, de 25 anos, disse ontem ao juiz da 31ª Vara Criminal, Caio Salles, que recebeu cerca de R$ 600 mil do padre Júlio Lancellotti, que o acusou de extorsão. “Ele mantinha um relacionamento com o padre”, afirmou seu advogado, Nelson da Costa. Batista já fizera essa acusação em depoimento ao delegado André Pimentel, da 5ª Delegacia Seccional (Leste).
Batista foi o quarto envolvido no caso interrogado ontem. Segundo Costa, ele negou de novo que tenha extorquido dinheiro do sacerdote e afirmou que os pagamentos eram feitos em troca de sexo. “Ele disse que era o padre quem dava dinheiro a ele, espontaneamente.”
Costa afirmou que a mulher de Batista, Conceição Eletério, de 44, disse ao juiz que teria recebido dinheiro do padre para se separar do marido e desconfiava que ele mantinha algum relacionamento com Lancellotti. Já sobre os irmãos Everson e Evandro Guimarães, que buscariam envelopes de dinheiro com Lancellotti, o advogado contou que a senha para a entrega eram bilhetes escritos por Batista. “Foi o padre quem sugeriu”, afirmou Costa, que deve pedir a revogação da prisão preventiva dos quatro. “Não há prova cabal de extorsão.”
O grupo que invadiu a casa do padre Júlio na Mooca, em novembro de 2006, deixou para trás um celular, que foi entregue à polícia. A casa do sacerdote foi invadida duas vezes no ano passado.
O advogado do padre, Luiz Eduardo Greenhalgh, afirmou que as pessoas que invadiram o local podem ser as mesmas acusadas de achacar Lancellotti. Ele mora com a mãe, Vilma, de 84 anos, e uma sobrinha.
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