Um dos líderes da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Hidekazu Takayama (PSC-PR), afirmou durante uma sessão solene nesta segunda-feira, 08 de abril, que está havendo incoerência na análise da situação envolvendo o pastor Marco Feliciano.
“O que não está correto é querer fazer baderna na Câmara, colocar ativistas para denegrir a imagem de um cristão. Nunca nos opomos a que simpatizantes dos homossexuais ocupassem a presidência de uma comissão. Agora, quando temos a oportunidade de colocar alguém em uma comissão, não podemos”, afirmou o deputado.
O deputado Takayama enviou um recado à direção da Câmara dos Deputados e aos líderes de partidos: “Se deixar prevalecer meia dúzia de ativistas porque não têm visão igual a nossa, podemos colocar dois, três quatro milhões de cristãos na porta dessa Casa”, disse, antes de complementar dizendo que o tipo de abertura que está sendo feito para os ativistas gays abre precedentes perigosos na Câmara: “Isso também pode ocorrer amanhã em setor que não seja cristão e vocês terão dificuldade de colocar seus representantes”, alertou, de acordo com a Folha de S. Paulo.
O discurso foi seguido pelo deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), que parabenizou Feliciano por defender o povo evangélico e resistir às tentativas de tirá-lo da CDHM, pois o direito à liberdade de expressão estaria sendo ferido.
Segundo o portal de notícias da Câmara, Capixaba disse ainda acreditar que o pastor exercerá um bom mandato na condução dos trabalhos da CDHM: “Ele fará chegar o direito humano às pessoas que precisam”.
Uma reunião entre os líderes de partido e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) acontecerá amanhã, às 11h00, para analisar a situação e decidir que postura tomar a respeito. O pastor Marco Feliciano poderá comparecer à reunião, mas adiantou, através de seus assessores, que não renunciará.
Protestos no Rio e São Paulo
O último final de semana foi marcado por protestos contra o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na capital fluminense, aproximadamente 1,5 mil pessoas participaram da manifestação, enquanto que em São Paulo, o grupo foi formado por 200 pessoas, de acordo com informações do G1.
Tido como maior adversário político de Feliciano, o deputado Jean Wyllys esteve presente na manifestação carioca, e ganhou a companhia da atriz global Luana Piovani, que é evangélica da Igreja Adventista.
Os organizadores enfatizavam durante o protesto, que Feliciano não representa os direitos e as ideias dos brasileiros, e que por isso não tem condições de presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM): “Bandeiras históricas que sempre tiveram no estado laico a garantia da sua existência hoje estão ameaçadas. O Congresso tem que se posicionar em relação a isso. Mas é importante que a sociedade civil faça o seu papel e cobre outra postura dos deputados”, afirmou o deputado estadual Marcelo Freixo.
Também neste fim de semana, os cantores Ney Matogrosso e Mart’nália divulgaram uma imagem em que se beijam, com a cantora nua, em protesto contra Marco Feliciano. Já integravam a lista os atores Wagner Moura e Lucio Mauro Filho, Bruno Gagliasso e Matheus Nachtergaele, Fernanda Montenegro e Camilla Amado, entre outros.
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