Na semana passada, antes de sua demissão como Secretário de Estado dos EUA, Colin Powell disse que as relações entre a China e os EUA passam pela melhor época, em mais de 30 anos, de acordo com a Agência France-Presse. Entretanto esse relacionamento pode mudar assim que mais evidências surjam sobre a expansão das medidas tomadas para com a igreja chinesa.
Uma série de prisões e ataques ocorreu durante o mês de setembro e outubro, indicando que uma nova situação está a caminho, mesmo que o governo tenha professado sua disposição para mudar.
O pastor Cai Zhuohua, um bem-conhecido líder de igrejas domésticas, estava entre os que foram presos. Cai e sua esposa estão atualmente esperando o julgamento em Beijing.
No dia 9 de novembro, Compass reportou que os oficiais chineses têm declarado publicamente uma nova abertura para mudanças na política religiosa. Entretanto, essa promessa foi temperada pelas palavras de Ji Wenyuan, vice-diretor da Administração Estadual de Assuntos Religiosos (AEAR), que disse que a situação da China era única e que qualquer mudança deveria ser cuidadosamente considerada.
Enquanto isso, têm surgido evidências de que o governo emitiu três novas diretrizes em agosto, visando um controle mais rígido da religião. A informação foi publicada na edição de setembro de uma revista chinesa, impressa em Hong Kong.
De acordo com a reportagem da Zheng Ming, as novas diretrizes dirigiram-se a três assuntos: a conversão de membros do Partido Comunista, o crescimento da religião e de organizações religiosas pelo país, e o aumento da atividade religiosa em campos universitários.
O primeiro documento, datado do dia 12 de agosto, trata sobre a questão da conversão de membros do Partido Comunista à fé religiosa. O governo admite que nos três últimos anos, 230 altos militantes do Partido, em um punhado de províncias, tornaram-se religiosos e foram despedidos do Partido por causa disso.
O novo edital reafirma que nenhum membro do Partido pode aberta ou secretamente unir-se a qualquer organização religiosa. É esperada uma completa purificação daqueles que se converteram secretamente.
O segundo documento, publicado no dia 17 de agosto, pede por um maior controle de assuntos religiosos, feito por oficiais do Partido Comunista. Foi ordenada uma investigação detalhada, relacionada ao crescimento da religião e de organizações religiosas em todas as partes do país.
No típico estilo chinês, o documento lista "Quatro Nãos" e "Cinco Proibições" que, de agora em diante, devem governar os assuntos religiosos. Os Quatro Nãos basicamente regem a implantação de qualquer forma de relacionamento com organizações religiosas estrangeiras.
As Cinco Proibições esclarecem isso detalhadamente. As organizações religiosas chinesas são proibidas de estabelecer qualquer "relação subordinada" com corpos religiosos estrangeiros. Também são impedidos de usar a propagação religiosa para realizar atividades sociais de "natureza política", e de realizarem qualquer atividade religiosa que seja contrária à Constituição Chinesa.
Organizações religiosas também estão proibidas de fazer convertidos ou de fundar outras organizações no meio do Partido ou de órgãos governamentais e judiciais.
Esse segundo documento revela a extensão que a religião, particularmente o cristianismo, atingiu nos últimos anos. Ele afirma que "forças religiosas hostis" têm se infiltrado no governo em vários níveis. O governo está particularmente preocupado sobre a religião tornar-se uma poderosa força aliada aos trabalhadores desempregados, que são um segmento crescente a população chinesa.
A bruta afirmação de que a religião continua a ser um "componente importante da estratégia geral do ocidente contra a China" prova que as imagens estereotípicas maoístas do cristianismo continuam muito vivas nos círculos dominantes de Beijing.
Alarmantemente, esse segundo documento pede por uma atitude específica em relação ao "desenfreado" crescimento de religiosos em dez províncias: Guangdong, Xangai, Jiangsu, Beijing, Fujian, Zhejiang, Hunan, Hebei, Hubei, Henan e Chongqing.
Enquanto isso, um terceiro documento, publicado no dia 22 de agosto, proíbe todas as atividades religiosas em instituições de ensino superior. Nenhum rito ou edifício religioso será permitido nos campos universitários, e qualquer docente ou estudante que pertença ao Partido Comunista, mas que participe de encontros religiosos, será forçado a deixar o Partido.
Diretrizes já reforçadas
Esse compreensivo, mas ainda codificado estreitamento dos controles religiosos, pode ser responsabilizado pelo fechamento de quatro gráficas nos últimos meses e pela prisão, em setembro, do pastor Cai Zhuohua, um importante líder de igrejas domésticas em Beijing.
O pastor Cai, 32 anos, foi seqüestrado por três policiais à paisana no dia 11 de setembro. A esposa de Cai e dois outros parentes foram presos no dia 27 de setembro.
Fontes chinesas disseram à Fundação de Ajuda à China, localizada nos EUA, que o pastor encara isso como uma sentença extremante penosa por causa de seu cargo de líder na igreja doméstica de Beijing, e de sua suposta participação na impressão e distribuição de material religioso ilegal.
Oficiais aparentemente encontraram cerca de 200 mil cópias da Bíblia e de outras literaturas cristãs em um armazém dirigido por Cai.
Entretanto, autoridades podem dirigir a Cai acusações inventadas, tais quais: evasão de imposto, gerenciamento de negócios ilegais; ao invés de acusações puramente religiosas.
De acordo com essa fonte, o governo rotulou esse como sendo "o mais sério caso de infiltração religiosa estrangeira desde a fundação da República Popular da China".
Outra fonte disse à Ajuda da China que esse caso é parte de uma campanha nacional mais ampla que começou em junho, contra a igreja subterrânea e então chamada "ilegal" ou publicações religiosas não-autorizadas.
Novas regras emitidas em um documento da nova política no dia 17 de agosto
Os Quatro Nãos:
1.Em assuntos religiosos, não estabeleça uma relação subordinada com qualquer organização religiosa estrangeira.
2.Não estabeleça qualquer relação com qualquer organização internacional de natureza política ou religiosa.
3.Não se alie ou participe de atividades políticas-religiosas mantidas por organizações religiosas estrangeiras.
4.Não participe ou se envolva com atividades religiosas ou políticas de qualquer organização religiosa estrangeira.
As Cinco Proibições:
1.É proibido que organizações religiosas chinesas ou órgãos estabeleçam qualquer relação de subordinação com organizações ou órgãos religiosos estrangeiros.
2.É proibido o uso da propagação da religião por organizações religiosas para a realização de atividades sociais de natureza política.
3.É proibido realizar qualquer atividade, através da propagação da religião, que se oponha ou desafie a constituição chinesa.
4.É proibido fazer convertidos ou fundar organizações religiosas entre os órgãos do Partido Comunista, órgãos governamentais ou judiciais.
5.É proibido que organizações religiosas criem organizações políticas sob o pretexto de propagar a religião e fazer convertidos em áreas rurais.
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