Ativistas gays terão mais dificuldades para aprovar leis nos próximos quatro anos, dizem analistas
A nova formação do Congresso Nacional definida no último domingo, 05 de outubro, é vista como mais conservadora e desafeita às pautas ambicionadas pela militância formada pelos ativistas gays.
Para Antônio Augusto Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), os deputados e senadores eleitos formarão o Congresso Nacional mais conservador dos últimos 50 anos.
“O novo Congresso é, seguramente, o mais conservador do período pós-1964. As pessoas não sabem o que fazem as instituições e se você não tem esse domínio, é trágico”, opinou Queiroz, em entrevista ao Diário do Comércio e Indústria.
Para Queiroz, é possível que os debates nos próximos anos entre os setores conservadores e os defensores de minorias, como os ativistas gays, seja ainda mais tenso, afinal, boa parte dos parlamentares conhecidos como articuladores não retornarão aos cargos.
“No caso da Câmara, muitos dos parlamentares que cuidavam da articulação [a fim de evitar tensões) não estarão na próxima legislatura. Algo como 40% da 'elite' do Congresso não estará na próxima legislatura, seja porque não conseguiu se reeleger ou disputou outros cargos. Houve uma guinada muito grande na direção do conservadorismo”, comentou o diretor do DIAP.
Segundo Queiroz, pautas como casamento gay e aborto, por exemplo, deverão encontrar mais resistência no Congresso Nacional nos próximos quatro anos do que nos últimos: “Se no atual Congresso houve dificuldade para que elas prosperassem, no próximo isso será muito mais ampliado. Houve uma redução de quem defendia essa pauta no Parlamento e praticamente dobrou [o número de] quem é contra”, observou.
O jornalista Thiago de Araújo, do Brasil Post, afirma que as eleições formaram uma Câmara dos Deputados “mais Bolsonaro e Fidelix e menos LGBT pelos próximos quatro anos”. Esse fato pode ser visto como uma reação da sociedade à agressividade com que ativistas gays levantaram suas bandeiras, metodologia que na visão de muitos analistas colocava todos os que tinham discordâncias ideológicas como homofóbicos.
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