Detido pela Polícia Legislativa durante uma sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, por chamar o deputado Marco Feliciano de racista, o antropólogo Marcelo Regis Pereira gravou um vídeo afirmando ter sido vítima de preconceito.
– Sou mais um cidadão brasileiro indignado com toda situação que está acontecendo com os direitos humanos do Brasil. Fui penalizado e retirado da sessão, justamente ser uma parcela ínfima da população brasileira, por ser negro, pobre e gay – afirmou Pereira no vídeo.
O antropólogo afirma ainda que não faz parte de nenhum partido político e nem movimento social e faz um convite para que a população lute ao seu lado, contra o que ele chama de usurpação dos direitos humanos.
– Convido todo o cidadão brasileiro a entrarem nesse movimento. Convido os negros, brancos, católicos e evangélicos, enfim todos, para lutar contra a usurpação dos direitos humanos. Não tenha medo e venha lutar contra tudo isso que tá acontecendo – conclama o ativista.
A atitude do ativista foi criticada pelo jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que classificou o vídeo como uma “manifestação do mais escancarado oportunismo”. Ele ainda defende a posição do deputado, que pediu a detenção do ativista depois de ser chamado de racista.
– De fato, há gente acreditando que é legítimo invadir uma comissão, subir na mesa, chamar o outro de racista etc. Uma vez coibida a agressão, então é hora de gritar: Preconceito! Com a pressurosa colaboração da imprensa, esse troço está indo longe demais – destacou Azevedo, que criticou ainda o fato do ativista se autodeclarar negro, como forma de corroborar com sua tese de preconceito.
– Negro, como se vê, Pereira não é. Como ele mesmo diz, assim ele se autodeclara. Eu posso me autodeclarar índio, por exemplo. Tenho legitimidade pra isso. Feliciano, que tem comprovadamente a mãe negra, deve ser mais negro do que o acusador – completou.
Reinaldo de Azevedo teceu ainda críticas contra o argumento do antropólogo de que foi preso por ser gay, e também pelo fato de se declarar pobre, e ao mesmo tempo ressaltar sua formação universitária.
– Ele chama o outro de racista, é expulso da sala e diz que fizeram isso porque sou gay. Ainda que isso estivesse na cara, ser gay não lhe dá o direito de ofender os outros. Ou dá? Mas como Feliciano poderia saber? Está escrito na testa? Há gente que parece e é, que parece e não é – criticou.
– Não existe faculdade de antropologia no Brasil. É uma pós-graduação. Isso quer dizer que ele tem um curso universitário e uma especialização. É esse o padrão da pobreza no Brasil? Tome tento, meu senhor! Tenha compostura! Pobre não tem cara, não! Mas a pobreza, ah, essa tem!!! – ressaltou o jornalista.
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