Um grupo de ateus está reunindo forças para exigir a punição de um major da Força Aérea dos Estados Unidos. O motivo é simples: ele tem uma Bíblia em cima de sua mesa.
A organização “Military Religious Freedom Foundation” (“Fundação Militar Livre de Religião”) acusa o major Steve Lewis, que atua na cidade de Colorado Springs, de violar a constituição do país.
"A Bíblia é, obviamente, uma declaração da primazia cristã", acusa o líder da entidade, Mikey Weinstein. "Se fosse o Livro de Satanás ou o Alcorão, haveria sangue nas ruas para lutar contra isso".
De acordo com o coronel Damon Feltman, o major guardou o Livro Sagrado para evitar problemas. "Ele retirou a Bíblia de forma voluntária, porque ele não queria que isso causasse a interrupção de sua unidade", disse ele. "Eu fiscalizei o escritório dele e tudo pareceu estar em conformidade com a regulamentação da Força Aérea".
Para que Lewis possa colocar a Bíblia de volta em sua mesa, Feltman disse que precisa aguardar a avaliação do comandante da unidade.
Feltman ressaltou que a equipe da Força Aérea é livre para praticar sua religião, um direito protegido pela constituição, “desde que respeite os direitos de outro indivíduo de seguir o seu próprio sistema de crenças".
"Se o indivíduo não estiver cometendo um ato excessivo, a existência de uma Bíblia, do Alcorão, da Torá ou qualquer outro artigo religioso não é proibido", esclareceu o coronel Feltman.
Enquanto isso, o líder do grupo ateísta potencializa seus argumentos para conseguir a punição do major. "Não é a mesa dele, essa mesa pertence ao povo americano, aos militares dos EUA. Se essa mesa estivesse em sua casa ou em seu carro não seria um problema", disse Weinstein.
Por outro lado, Travis Weber, diretor do Centro de Liberdade Religiosa, disse que cada membro do serviço militar tem direito ao livre exercício da religião. "Eles são protegidos pela constituição, pelas autoridade e regulamentos legais", afirmou o especialista.
Liberdade limitada
Uma ameaça semelhante aconteceu com uma fuzileira naval norte-americana, que foi processada por se recusar a retirar um versículo bíblico que foi impresso para ser colado em seu computador.
Na época do incidente, em maio de 2013, Monifa Sterling estava trabalhando no Campo Lejeune, na Carolina do Norte. Ela colou versos da Bíblia em três lugares diferentes, que diziam: "Toda arma forjada contra mim não prosperará."
No início do mês, a apelação de Sterling foi recusada por um tribunal federal militar, que decidiu que a ordem para retirar o versículo de sua mesa de trabalho não era uma ameaça aos seus direitos de liberdade religiosa, assegurados pela Primeira Emenda da Constituição Americana.
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