O Ministério Público do Rio de Janeiro vai apoiar a investigação sobre os casos de intolerância religiosa contra adeptos de religiões afro-brasileiras atribuídos a traficantes que se dizem “evangélicos”.
A informação foi veiculada pelo Jornal da Band e dá conta de que foram registrados “oito ataques” aos “terreiros”, mas o mais violento teria acontecido no último mês de julho, quando os “invasores, além de quebrarem tudo, incendiaram o barracão de candomblé”.
“Nós não temos mais nenhum acervo, de tudo que nós produzíamos, que era usado nos nossos rituais. Nós perdemos tudo”, afirmou a mãe de santo Conceição D’Lyssa, relatando os ataques.
Os traficantes que se diziam “evangélicos” chegaram a proibir os cultos das religiões afro nas favelas, enfatizou a reportagem, que também ouviu o babalorixá Ivanir dos Santos. “Tem crescido o conflito nas escolas, nas relações de vizinhos e até uma atitude agressiva mais visível que é a invasão de templo, quebra de imagem”.
Conhecido pelas opiniões contundentes, o jornalista Boris Casoy disse que os “crimes motivados por intolerância religiosa aumentaram nas favelas da capital e na Baixada Fluminense”, e ao final, acrescentou que “é o momento de a Polícia buscar esses criminosos que muitas vezes agem em nome de suas crenças”.
A fala do jornalista causou revolta no blogueiro Paulo Teixeira: “Existem no Brasil grupos criminosos que atacam outras religiões em nome de suas crenças? As palavras infelizes do jornalista visaram mostrar ao telespectador qual o segmento religioso foi realmente alvo da matéria? Boris Casoy perdeu uma grande oportunidade de ficar com a boca calada. O que ele quis insinuar? Todos sabemos que a sociedade brasileira é bastante tolerante e respeitosa. Religiosos de diversas matizes vivem em famílias, empresas e em comunidades diversas, sem precisar fazer uso da violência. Atos violentos não são incentivados por líderes religiosos e, quando praticados por alguém, é porque o autor da agressão é por natureza violento e nada tem a ver com a sua religião. Qualquer coisa diferente disso deve ser tratada como exceção”, disparou o editor do Holofote.Net.
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