A maior igreja no Irã, que realiza cultos abertos e públicos no país, não poderá abrir a igreja às sextas-feiras, por causa da pressão do governo.
De acordo com relatos, as autoridades ameaçaram o pastor Sourik, líder e administrador das igrejas Assembleia de Deus no Irã, dizendo que iriam fechar definitivamente a congregação central em Teerã, a menos que ele parasse de cultuar às sextas-feiras, com o prazo máximo do dia 31 de outubro.
Sourik, que havia resistido às exigências das autoridades, finalmente anunciou que não haveria mais cultos às sextas-feiras, mas somente aos domingos.
“O anúncio do término dos cultos de sextas-feiras foi recebido com comoção e surpresa, e provocou muita tristeza na congregação”, divulgou a rede de notícias cristã farsi.
De acordo com informações, Sourik obedeceu as ordens para garantir a segurança e o bem-estar dos membros e visitantes que frequentam os cultos. O pastor, que tem problemas cardíacos, foi muito pressionado pelos oficiais do Ministério de Informação para que fechasse a igreja às sextas-feiras, que é, oficialmente, o dia sagrado no Irã.
Recentemente, o pastor também recebeu ameaças da milícia Pasdaran (Os Guardas Revolucionários), que deram um ultimato de que, se os cultos de sexta não fossem encerrados até 31 de outubro, a própria milícia fecharia a igreja.
Alguns cristãos que souberam da notícia temem que essa ação seja o início de uma campanha contra reuniões cristãs. A maior parte do cristãos no país cultuam em igrejas domésticas, mas a igreja Assembleia de Deus em Teerã é uma das poucas que realiza cultos públicos.
“Acredito que a principal razão pela qual eles proibiram esses cultos é para enviar uma forte mensagem para os cristãos dentro e fora do Irã, de que o cristianismo não será tolerado”, comentou um informante para a agência International Christian Concern (ICC). “O principal propósito de tudo isso é a intimidação.”
Até agora, os oficiais do governo não conseguiram fornecer explicações para essa proibição. Grupos de direitos humanos afirmam que são contra qualquer proibição de culto, seja às sextas-feiras ou não.
“Pedimos que o Irã respeite os direitos dos cristãos de praticarem sua religião livremente, sem a interferência do governo, ou ordem autoritária”, disse Aidan Clay, representante do ICC no Oriente Médio.
A Assembleia de Deus em Teerã é uma igreja independente, fundada por diversos pastores e líderes muito antes da revolução islâmica. A igreja continuou com seu ministério depois da revolução e muitos pastores foram martirizados por extremistas, incluindo alguns ligados ao regime.
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