Nos dias 17 e 18 de Novembro realiza-se o Colóquio “Cristianismo no Japão – universalismo cristão e cultura nipónica”, no Seminário do Verbo Divino, em Fátima. O objectivo é dar a conhecer o passado e o presente do cristianismo naquele país. Desde os primeiros contactos com a população nipónica até aos nossos dias, a Igreja sempre demonstrou interesse em anunciar os conteúdos da fé cristã naquelas paragens. Contudo, após cinco séculos de presença, a expressão cristã é minoritária. As razões para tão diminuta adesão são várias. O Colóquio pretende apresentar e debater algumas delas.
Em anos anteriores, os verbitas realizaram colóquios semelhantes sobre o cristianismo na China (2003) e na Índia (2005). Estas iniciativas têm contribuído para dar a conhecer alguns aspectos do cristianismo na Ásia. A Ásia é um continente que habitualmente não ocupa as primeiras páginas da comunicação social do nosso país. O interesse informativo está centrado em outras latitudes mais próximas geográfica e afectivamente. Até as próprias publicações periódicas da Igreja são parcas nesta matéria.
Pelo contrário, a tradição verbita sempre colocou a Ásia num lugar de destaque. A casa missionária de Steyl foi fundada por S. Arnaldo Janssen para formar missionários para a missão. Na mente do Fundador, a China ocupava o primeiro lugar das terras a converter para Cristo. Por isso, quatro anos após a fundação da Congregação, envia os dois primeiros missionários, João Baptista Anzer e José Freinademetz, para a China. E, se desde sempre a Ásia ocupou um lugar central na missão verbita e no seu imaginário, hoje, a maioria dos membros da Congregação é já originária do continente asiático.
Actualmente, a missão na Ásia lança grandes desafios à Igreja. Por um lado, ali vive a esmagadora maioria da população mundial que segue outras religiões (budismo, hinduísmo, xintoísmo, islamismo). Por outro lado, os cristãos são uma pequena minoria. É óbvio que este contexto exige caminhos de presença missionária diversos dos métodos usados no passado. O diálogo com os pobres, com as pessoas de outras culturas e com os seguem outras tradições religiosas, aparece no topo das preocupações da Igreja na Ásia.
A 29 de Janeiro, os verbitas vão iniciar a celebração do ano centenário da morte dos santos Arnaldo Janssen e José Freinademetz. Para estes homens, a Ásia representou o que de mais genuíno existe na Igreja missionária. Arnaldo Janssen sofria ao saber que um número tão grande de habitantes daquele continente não conhecia a Cristo. Por seu lado, José Freinademetz fez da China a sua nova pátria ao ponto de um dia escrever: “amo a China e a sua gente e mil vezes quisera morrer por eles, … quero continuar a ser chinês também no céu.”
Este Colóquio e o Centenário que se avizinha, desafiam os missionários do Verbo Divino a encontrarem formas de presença e de serviço em Portugal que tenha a Ásia como horizonte. Gostaríamos de continuar a ser, na Igreja portuguesa uma fonte de informação sobre a Ásia, as suas comunidades cristãs, os desafios que enfrenta e a missão que a Igreja ali desenvolve.
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