Aliança Evangélica apoia manifestações e pede oração pelo Brasil
Lideres cristãos defendem luta por mais justiça social no país
A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, entidade fundada em 2010,, publicou ontem (19) em seu site uma espécie de “carta aberta” onde fala sobre as manifestações que ocorrem em todo o país.
Dizendo-se estar “sob o impacto dos últimos acontecimentos em nossa nação”, afirma que o movimento nacional “traz a todos um sentimento de perplexidade e um chamado à reflexão”. A Aliança acredita que está “claro e evidente o descontentamento e o desejo por mudanças profundas e concretas” na sociedade.
Embora censure os atos pontuais de vandalismo, reafirme que as manifestações têm um “tom pacífico e propositivo” e que é necessário “se manter um cuidado crítico em relação ao que se recebe por parte das mídias”.
Em nenhum momento a questão religiosa veio a tona nas passeatas nem igrejas foram vandalizadas, a Aliança Cristã Evangélica Brasileira é favorável à utilização desses “instrumentos democráticos” como prova de “uma espiritualidade cristã encarnada, que incida nas questões de ordem pública para o estabelecimento da justiça social”.
Preocupados com os rumos que o movimento pode tomar, decide conclamar as igrejas brasileiras a orarem pelo país e pelas autoridades constituídas, rogando que elas “tenham o bom senso e a coragem de apresentar respostas que sinalizem o início de diálogos na direção da garantia das demandas populares”. Além disso, pedem que as orações sejam em prol da “justiça e paz social, elementos constituintes do reino de Deus”.
Sem esquecer de pedir intercessão “por nós mesmos, como igreja, para que sejamos sensíveis aos movimentos do Espírito Santo em meio aos processos conturbados, e façamos escolhas que reflitam a luz de Deus diante dos homens, através de testemunhos de boas obras e práticas da justiça”.
O tom político é mais ameno do que as manifestações da entidade quando se posicionou contra a indicação do pastor Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos, dois meses atrás.
Embora não apresente nenhum pedido ao governo nem faça propostas concretas de como a igreja poderia se envolver nas mudanças exigidas pela população de um país onde um terço da população se diz evangélica, ecoa no final as palavras do pastor Carlos Queiroz, membro da Aliança conhecido por seu trabalho social no nordeste do Brasil há anos: “A justiça de Deus é bem maior que o conceito de justiça do ser humano. É baseada em valores como mansidão, sensibilidade, misericórdia e amor. Mas isso não quer dizer que a justiça de Deus é menor do que o mínimo exigido pela justiça humana, como o direito à habitação, alimentação, saúde, educação, lazer, liberdade de exercer a vocação humana.”
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