Gao Zhisheng, um advogado cristão de direitos humanos que foi liberto pelos oficiais chineses no dia 6 de abril, e que está desaparecido novamente desde 20 de abril, “definitivamente está nas mãos das forças de segurança chinesa”, afirma Bob Fu, da associação ChinaAid.
“Recebemos essas informações e estamos investigando. Até o momento, ninguém conseguiu localizá-lo. As forças de segurança chinesas precisam dar uma explicação”, diz Bob Fu.
Gao, levado pela primeira vez de sua casa na província de Shaanxi em 4 de fevereiro de 2009, e mantido incomunicável durante 13 meses, recebeu a permissão para telefonar para familiares e amigos em março último, um pouco antes de os oficiais o levarem para sua casa em Beijing, no dia 6 de abril.
Em uma coletiva de imprensa realizada em uma casa de chá em Beijing no dia seguinte ao de sua volta, Gao afirmou que queria rever sua família, que fugiu para os Estados Unidos em janeiro de 2009. Ele disse que não tinha mais forças para continuar com seu trabalho de ajuda legal e que não iria falar sobre como foi tratado enquanto esteve preso. Gao também contou para um repórter do South China Morning Post (SCMP) que ele esperava viajar para Urumqi em alguns dias, para visitar os familiares de sua esposa.
Testemunhas viram Gao saindo de seu apartamento e entrando em um veículo estacionado perto de seu prédio. O sogro de Gao confirmou que o cristão chegou em sua casa escoltado por quatro policiais, mas passou apenas uma noite lá antes de a polícia levá-lo novamente.
Gao telefonou para o seu sogro um pouco antes do horário em que deveria pegar o avião de volta para Beijing. Ele prometeu ligar novamente assim que chegasse em casa, mas não o fez.
Bob Fu acredita que a pressão internacional forçou as autoridades a permitirem que Gao aparecesse brevemente em público para provar que ele estava vivo antes de os oficiais o levarem novamente para prevenir que alguma informação vazasse sobre suas experiências do último ano.
Durante sua detenção em 2007, os sequestradores de Gao o torturaram e o ameaçaram de morte se ele falasse sobre a maneira como foi tratado. Depois, Gao descreveu sua tortura em uma carta publicada pela associação ChinaAid.
Gao atraiu a atenção das autoridades no início da última década quando começou a investigar a perseguição aos membros da igreja não registrada Falun. Em 2005, ele escreveu uma série de cartas públicas para o presidente Hu Jintao e para o Primeiro-ministro Wen Jiabao, acusando o governo de torturar os cristãos da igreja Falun Gong. Quando as cartas apareceram, as autoridades revogaram a licença de Gao e fecharam seu escritório de advocacia.
Ore por Gao e por toda sua família.
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