O professor de origem síria Basam Tibi defendeu a necessidade de distinguir entre o Islã e os islamitas, e pediu à esquerda européia que não considere os extremistas religiosos como seus aliados contra os Estados Unidos.
O acadêmico participu de uma conferência internacional sobre o Islã, na Universidade de Tel Aviv. Sou um muçulmano, um cidadão alemão e estendo a mão para a paz, disse o professor da Universidade de Cornell, do estado de Nova York, informa hoje o jornal Yediot Aharonot.
Tibi rebateu opiniões de conferencistas israelenses. Devemos distinguir entre o Islã e os islamitas. O Islã é uma religião ou uma ordem política?, disse.
Segundo o catedrático, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que exerce o Governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), assim como outros grupos muçulmanos que propõem a jihad (guerra santa), desfazem o limite entre as duas posições.
Se você responde que é uma religião, é um simples muçulmano. Mas se acha que existe uma ordem política envolvida, então é um islamita, explicou Tibi, negando a relação do Islã com o poder.
No entanto, o israelense Martin Kramer, diretor do Departamento de Estudos do Oriente Médio e África na Universidade de Tel Aviv, afirmou que para os islamitas o poder deriva de Deus, fonte inesgotável de energia por meio de sua fé.
Por que eles odeiam os EUA? Não é pelo que são, nem pelo que fazem, mas pelo que têm: seu poder, opinou Kramer.
Tibi aproveitou o tema para criticar a esquerda européia e alemã por verem os movimentos jihadistas como revolucionários e complementares de suas próprias posições antiamericanas.
A batalha atual entre as organizações terroristas e os Estados, disse Tibi, representa uma era de guerra irregular, e parte dela é uma guerra de idéias.
Kramer, por sua vez, destacou o paradoxo da tentativa do presidente dos EUA, George W. Bush, de democratizar o mundo árabe, pois os maiores beneficiados são os movimentos islâmicos radicais, que podem chegar facilmente ao poder.
Na sua opinião, os extremistas islâmicos no Egito e Jordânia desejam aproveitar a abertura democrática para conquistar o poder, como fez o Hamas nas eleições palestinas de 25 de janeiro.
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