Recentemente, um dos pesquisadores da Portas Abertas, conhecido por Isaac*, visitou Agatu, uma região que fica no estado de Benue, na Nigéria. Ele também viajou para os arredores a noroeste do país, para os locais atingidos por uma série de ataques dos pastores fulani (maior povo nômade do mundo). Em sua maioria fazendeiros, os fulanis criam gado e formam uma comunidade espiritual muçulmana na Nigéria muito violenta e que tem cometido atrocidades pelo país em nome de uma religião. Os ataques começaram em fevereiro e o que a equipe encontrou foram cenas de desespero entre os deslocados. Issac relatou a dor e o sofrimento dos cristãos atingidos e que agora necessitam de ajuda física, emocional e espiritual para seguirem em frente.
“Os fulanis primeiro atacaram as aldeias de maioria cristã, em Benue, e na semana seguinte realizaram um verdadeiro massacre na vila de Agatu. Não se sabe ao certo o número de vítimas, porque a área ficou fechada para a mídia local e até mesmo para os trabalhadores humanitários”, comenta o analista. O governo também não divulgou o número oficial de mortos, mas de acordo com fontes confiáveis, estima-se uma média de 500 pessoas. Dezenas ainda continuam desaparecidas. A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados para Nigéria e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Angele Dikongue Atangana, disse que durante sua visita ao país, se deparou com uma ruína total. “Em meus 20 anos de trabalho como humanitária, nunca vi um nível de destruição assim”, lamenta ela.
Os números crescem
Pelo menos 20 mil pessoas foram deslocadas pela violência e a ajuda do governo tem sido insuficiente. “Nós chegamos aqui para prestar um socorro de emergência para cerca de 50 famílias, inicialmente, e nos deparamos com mais de mil pessoas chegando ao nosso ponto de distribuição, todas famintas, desesperadas e traumatizadas. Nós somos muito organizados nesse trabalho, mas nesse caso a situação ficou caótica e fugiu totalmente do nosso controle. Essa foi a primeira vez que vi algo assim. Depois que distribuímos tudo, as pessoas pediam mais. Das comunidades que visitamos não sobrou uma única casa de pé”, disse Isaac.
Uma das vítimas desabafou: “Eles invadiram nossas propriedades, destruíram tudo rapidamente, usaram nossas próprias casas como esconderijo e para planejar os próximos ataques. O governo se recusa a falar sobre o assunto.” As pessoas enterravam seus parentes em valas comuns, com cerca de 70 corpos em cada uma, com famílias inteiras. “O que vimos estava muito além da nossa imaginação, foi um sentimento devastador. Os sobreviventes não tinham para onde ir, alguns voltaram para suas vilas completamente destruídas para tentar recomeçar a vida, mesmo sem saber como”, relatou o pesquisador. As regiões continuam sem nenhuma segurança. No mês de abril, houve relatos de mais 20 mortes causadas pelos fulanis. “Muitos cristãos de Agatu e outras regiões do Cinturão Médio não estão cientes do que está acontecendo debaixo de seus olhos, muitos ainda não entenderam que está acontecendo”, diz um dos analistas de perseguição.
A igreja na Nigéria precisa se unir e se preparar para a tempestade que está chegando. Os fulanis estão presentes em vários países africanos, incluindo a Nigéria, República Centro-Africana, Camarões, Mali e Egito. “A radicalização dos pastores fulani tem sido assustadora e tem chocado a comunidade internacional. Eles acreditam que devem matar os infiéis e apóstatas”, explica um colaborador da Portas Abertas. O objetivo deles, assim como de todo grupo extremista muçulmano é islamizar o mundo, na tentativa de dominar toda ‘tribo, língua e nação’, impondo uma única religião, aplicando a sharia se possível e perseguindo todos os não-muçulmanos, em especial os cristãos. Em suas orações, interceda pelos nossos irmãos nigerianos.
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