…Porquanto vos trago boas novas de grande alegria que o será para todo o povo.” (Lc 2.10b)
O Ano Civil ainda prossegue por um mês, mas o Ano Cristão terminou. Olhamos para a nossa vida pessoal — e suas relações — desde o Advento passado, por cada quadra do Ano Cristão, e podemos perceber o quanto fomos santificados (ou não) em nossos sentimentos, temperamento, caráter, projetos, valores, compromissos. As lições de cada quadra do Ano Cristão, quando levadas devidamente a sério, pelo poder do Espírito Santo, podem fazer uma diferença qualitativa em nossas vidas, que vão sendo moldadas ao caráter de Cristo. Por não manterem essa sábia e pia tradição, outros ramos do Cristianismo se empobrecem, movidos apenas pelo Ano Civil, ou apelando, fora de tempo, para o calendário Judaico.
Iniciamos o Ano Cristão com o tempo do Advento, as quatro semanas que antecedem a celebração do Natal, com a importância da Encarnação e o anúncio angélico aos pastores de que “boas novas de grande alegria seriam para todo o povo”. Como a Igreja tem crido, por dois mil anos que o Messias já veio, e já habitou entre nós, cheio de Graça e de Verdade, nesse tempo também esperamos o Segundo Advento, o regresso glorioso do Senhor para julgar os vivos e os mortos, e estabelecer o seu perfeito e definitivo Reino. Encarnação e parousia.
A realidade é que milhões de pessoas no mundo atual nunca ouviram falar do Messias, ou não tiveram a oportunidade de se posicionarem diante das Boas Novas. O empreendimento missionário, difícil, ainda é uma tarefa inacabada. Os Liberais, para aliviar o peso das consciências e da responsabilidade, decretam, com seu universalismo, uma “anistia”, pretendendo a salvação de todos, ou vendo no Jesus de Nazaré apenas uma das manifestações do Cristo de Deus, que também estaria presente nos fundadores das grandes religiões.
Para tantos cristãos nominais ou superficiais, a chegada do Messias pouco mais é do que um fato histórico ou uma tradição cultural, não gerando o compromisso da vida nova de doação.
O Secularismo vai mais além, e quer eliminar o Natal como parte da própria cultura. Nero redivive!
Por outro lado, para milhões de pobres, explorados, marginalizados, excluídos, discriminados, mesmo em uma sociedade que se pretende parte da Cristandade, a vinda do Messias não lhes significou qualquer “boa nova”, nem lhes trouxe “grande alegria”.
O Messias já veio ou o Messias ainda virá?
O Advento é um tempo de aprofundamento espiritual, de espera, de apontar para os feitos de Deus, a expectativa da chegada do Messias, e a chegada da Era Messiânica, do início do tempo novo, do tempo diferente.
Que o Espírito do Messias nos anime nessa esperança!
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