O estado de Benue é 95% cristão; enquanto os demais estados são de maioria muçulmana. O governador de Benue, Gabriel Suswam, escapou ileso no último dia 11 de março, quando seu comboio sofreu uma emboscada por vaqueiros Fulani, que envolveu seus agentes de segurança em um tiroteio em uma das vilas mais afetadas da região de Guma.
Muçulmanos Fulani, provavelmente originários de estados vizinhos, atacaram várias comunidades, matando fazendeiros Tiv e ateando fogo às suas casas.
Os Tiv são uma maioria etno-linguiística no estado de Benue, que majoritariamente depende da agricultura. Os Fulani são um grupo étnico migratório de vaqueiros do norte da Nigéria e de toda África central e ocidental.
As causas do ataque em 23 de março por parte dos vaqueiros Fulani, que conviveram por décadas com os Tiv, ainda não estão claras, mas um fazendeiro nativo informou que uma tensão entre esses dois grupos tem crescido.
Yiman Orkwar, presidente da filial da Associação Cristã da Nigéria em Benue, disse aoWorld Watch Monitor que 20 igrejas pertencentes ao Ministério de Todas as Nações Evangélicas, das quais Orkwar é o líder, foram destruídas.
"É um ataque que tem acontecido dos dois lados: para tomarem a nossa terra e converter as pessoas ao islã; mas nós resistimos", disse ele. "Eles têm matado todos que encontram nas vilas. Eles matam as mulheres e crianças com crueldade. O que eles têm feito é bárbaro e muito similar aos ataques dos terroristas do Boko Haram."
Orkwar disse que o governo federal da Nigéria não demonstrou preocupação suficiente sobre esses ataques por parte dos Fulani no estado de Benue, e pediu uma implantação de soldados na região.
"O governo federal não pode permitir que esse genocídio que está acontecendo no estado de Benue continue", afirmou, no dia 25 de março. "Recentemente, outras 14 pessoas foram mortas por um grupo muçulmano. Não podemos permitir que esses assassinatos indiscriminados continuem."
Após uma reunião entre Orkwar e o líder muçulmano da comunidade Hausa, os dois emitiram uma declaração conjunta afirmando que as comunidades muçulmanas não vão sancionar a violência. Ele pede aos líderes cristãos e muçulmanos para manterem-se fiéis às declarações conjuntas de paz feitas pelas igrejas e mesquitas.
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